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Cinema e hipocrisia

Adoro polêmicas. Mas, não gosto de discuti-las.

Vi esta notícia sobre o novo filme de Lars von Trier. Aaah... como fiquei curiosa para ver!!!

Segue a matéria abaixo (por Silvana Arantes), que saiu na Folha de S.Paulo hoje (para assinantes).

*** O que a jornalista não sabe (e aqui eu faço um comentário da crítica dela) é que a Isabelle Huppert é protagonista do filme A professora de piano.









No Festival de Cannes, o diretor dinamarquês Lars Von Trier, 53, costuma ir além da disputa pela Palma de Ouro. Ele produz "acontecimentos".
Xodó da crítica em 2003, quando seu "Dogville" foi aplaudido de pé na sessão para a imprensa, Von Trier conheceu ontem o outro lado da moeda, com o novo "Anticristo".
Depois de ter seu longa vaiado com fôlego por parte da plateia, nas duas sessões voltadas à imprensa, o diretor foi recebido na entrevista coletiva com um bombardeio de um repórter norte-americano. "Você tem de explicar e justificar por que fez este filme!", disse o jornalista, em tom de intimação.
"Não tenho que justificar a mim mesmo. E não tenho muito a dizer. É estranho você falar que tenho que me desculpar. Aqui, vocês são todos meus convidados. É assim que eu sinto", respondeu Von Trier.
As mãos trêmulas ao segurar o fone de ouvido (para escutar a tradução das perguntas feitas em francês), o suor cobrindo a testa e a respiração curta revelavam a tensão do diretor.
Ainda assim, em diversos momentos, Von Trier exibiu seu humor peculiar, com piadas e provocações como essa: "Sou o melhor diretor do mundo. Todos os outros são supervalorizados".
O desconforto provocado por "Anticristo" vem de seu tema (o sexo e a culpa) e de seu gênero (o terror psicológico).














Eis a trama: casal formado por psicanalista e intelectual -que está escrevendo uma tese para contestar antiga teoria de que as mulheres tendem à maldade- perde o filho pequeno, em acidente doméstico.
O marido (Willem Dafoe) resolve se encarregar da terapia da mulher (Charlotte Gainsbourg), seriamente afetada pelo luto. Como parte do tratamento, os dois se isolam numa floresta chamada Éden, escolhida por ser o local que ela mais teme.
Recheado de violência e sexo, "Anticristo" tem cenas explícitas de penetração, tortura e automutilação. Tem também imagens belíssimas (em preto e branco) da circunstância que justapõe a morte da criança e o sexo entre os pais.
A trama é dividida em um prólogo e um epílogo (ambos em P&B) e quatro capítulos (coloridos): "Luto", "Dor", "Desespero" e "Os Três Mendigos".
"A origem desse filme foi uma depressão que tive", disse Von Trier. O cineasta afirma que "a rotina de fazer um filme é terapêutica", não necessariamente seu tema. "Ter de levantar de manhã e ir trabalhar ajuda [a combater a doença]."
Por causa de seu "estado mental", disse Von Trier, ele não pôde operar a câmera, como costuma fazer, por "gostar de ficar o mais próximo possível dos atores".
Gainsbourg disse ter experimentado "um prazer estranho" filmando com o dinamarquês, e afirmou que "o mais difícil não foram as cenas de nudez e sexo, mas sim as cenas de emoção e sofrimento".
Dafoe contou que Von Trier "não autoriza nenhum tipo de ensaio ou preparação", o que acaba sendo "o paraíso dos atores", por torná-los "completamente flexíveis".
Quando era favorito da crítica com "Dogville", Von Trier foi embora de Cannes sem nenhum prêmio. Naquele ano, o júri presidido por Patrice Chéreau deu a Palma de Ouro para "Elefante", de Gus van Sant.
Agora, é a atriz francesa Isabelle Huppert quem preside o júri, no qual ela destacou a paridade de membros masculinos e femininos como um fato positivo. Uma das mais imediatas reações da crítica a "Anticristo" foi vê-lo como sexista.
Ontem, Von Trier disse que "há humor mesmo nos filmes em que você não necessariamente percebe".
No próximo domingo, quando serão entregues os prêmios do festival, saberemos se Huppert achou graça ou não no filme de Von Trier, que deve estrear no Brasil entre agosto e setembro.

Rong He - 2

Do blog da Cláudia Trevisan, excelente jornalista, que atualmente está escrevendo um livro para a editora onde trabalho. Em breve, o livro estará à venda. Até lá, vejam este post do blog dela que fala dos Mestres Lameiros da China e eu comento que aqui no Brasil, temos o Rong He. E fala dos costumes chineses desconhecidos aqui no Brasil.