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Fatal attraction

Este finde eu revi um dos clássicos de Adrian Lyne: Fatal Attraction. Que delícia este filme... puro anos 80, com aqueles efeitos de luz e sombra, dramas semieróticos bem contados. Gosto dele. Mas é um estilo que marcou época e... passou.

Lembro de ter visto este filme durante minha adolescência. E lembro de ter revisto quando comprei a edição para colecionador, que saiu uns dois anos atrás, recheado de extras, entrevistas e o final alternativo. Quem quiser, é superbarato, lembro de ter pago R$9,90.

Neste fim de semana e revi o filme e revi o tal final alternativo que, na época, foi repudiado pelos espectadores da preview. Adrian conta que teve um trabalhaço de chamar os atores e refilmar o final que conhecemos, que é Alex Forrest surtando feito uma psicótica totalmente fora de si. O que é uma pena, porque é um final totalmente comercial e até meio clichê. Mas é o que as pessoas gostam de ver.

Há dois anos atrás, quando revi o filme, lembro que chorei demais ao ver esse final alternativo... de uma delicadeza e senso dramático sem tamanho, sem forçar, sem exagerar... na medida certa. Eu adoro o personagem da Alex Forrest, porque ele simboliza uma parte gigante que existe em cada um de nós, que está desesperado por atenção. Alguns, estão à beira da loucura. Alguns, mais ingênuos, ainda estão vivendo suas experiências, sem perder suas esperanças. Alex já perdeu suas esperanças. E o personagem dela, pouquíssimo explorado (o que também é uma pena), trata disso.

Madame Butterfly acompanha algumas das cenas principais e do final. Aqui, escolho a ária interpretada pela única Maria Callas.

E Glenn Close, pisciana maluca de 19 de março, é uma atriz única. Filme único, com atriz única e trilha sonora única. Parabéns, Adrian.

Quem somos nós?

Não... isto é quase um post ao filme homônimo, maravilhoso e único, What the fuck do we know?! que merece muito ser visto para... aumentarmos um pouco o raio de nossa ignorância. Existe inclusive uma edição especial com 4 dvds que... um dia eu tenho.

Hoje cedo, andando pelas ruas de uma Lapa com as mesmas pessoas correndo de um busão a outro, ou de um trem a outro, eu parei num semáforo, que aguardava o sinal verde dos pedestres. Queria ter minha câmera para registrar aquele momento! Do meu lado esquerdo, o dia nascia perfeito, com um amanhecer repleto de cores, tonalidades e semitonalidades, uma verdadeira aurora boreal da manhã! O céu azul e perfeito dava o contraste para um espetáculo sem palavras e que eu humildemente tentei descrever aqui.

Olhei para as pessoas paradas, esperando o farol fechar. Contra a luz, estavam todas escuras. Cabisbaixas. Não vi ninguém apreciando aquele presente gratuito que estava ali, para encher os olhos de lágrimas.

A primeira coisa que pensei foi: "Quem somos nós? Seres humanos ridículos!" Sempre admirei a Natureza, sem necessariamente querer fugir para ele, como o cara do Into the wild, que já postei aqui. Isto é o que devemos fazer: simplesmente nos inspirar. E nada. Não fazemos nada diante desse presente de graça. Nós -- os seres que reclamam que nunca têm nada de graça.

Damn, it's another day. I will fulfill it with the blessings that Holly Nature provides...and I will go on.