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Eu, Sharlene e Hinodê

Sexta-feira... tava com saudade da Sharlene e morrendo de vontade de comer comida japonesa. Sem mais delongas, marcamos e fomos nos ver na Liberdade.

Fazia algum tempo que tinha ouvido falar desse restaurante, o Hinodê. Um dos poucos lugares que serve enguia caramelizada com shoyu (Unagi kabayaki)! Mas não tinha dado certo em nenhuma das outras vezes, então pensei que seria esta a vez que experimentaria essa carne exótica.

Mas... num deu. O Hinodê é um restaurante... diferente. Daqueles que fazem o meu tipo. Tradicional, só toca música japonesa e não oferece o "rodízio", sempre tão popular e também "menos sofisticado". Os pratos da casa são caros, bem acima da média, mas oferecem detalhes que para muita gente passaria despercebido.

Então, deixei a enguia para uma próxima oportunidade. Olhamos o cardápio, aparentemente igual a de todos os restaurantes japoneses. Pedi uma água e recebi uma água São Lourenço de garrafa! Gostei a partir daí! O suco de laranja de Sharleu (diz ela) estava delicioso também.

Para entrada, pedimos o clássico shimeji na manteiga. Descobri que conhecer como a casa prepara um shimeji na manteiga diz muito a respeito de como os pratos serão servidos. Este shimeji decerto foi O MELHOR shimeji que eu já comi na minha vida!!! Ele tinha um gosto extremamente suave, com os cogumelinhos macios -- literalmente macios -- que desmanchavam na boca. Também tinha um quêzinho azedo (talvez de um limão) que deu um toque único ao prato. Caro, mas que vale a pena!

Como prato principal pedimos o Butter yaki (ou batayaki) para duas pessoas. Eu sabia que era uma versão do sukiyaki que, acreditem ou não, eu nunca tinha comido em um restaurante no Brasil! Já comi no Japão e comi muito na casa de minha avó. Boa hora para experimentar!

Nisso, um parênteses, porque um dos sushimen da casa era meu vizinho!!! Coisa mais inusitada! Foi dele a sugestão de comermos nas salinhas com tatamis, que saem R$12 a mais por pessoa. Um caro que também vale a pena, porque as salas são individuais, separadas por portas de correr.

Fomos para a salinha. Um tempinho depois chega apetrechos e mais apetrechos que não acabam, para o meu deleite!!! Para começar, o aparelho de fazer sukiyaki, depois a travessa gigante com legumes (couve flor, repolho, pimentão verde e vermelho, cebola, cenoura, shimeji e shiitake, ervilha e ervilha torta, nacos gigantes de manteiga e carne... muita carne!). Um jarro com o molho ponzu. Tigelas. Um tigela enorme de arroz. Um travessinha com rabanete ralado e cebolinha verde picada. Pronto. O garçom perguntou: "Vocês preparam ou querem que eu prepare?". Claro que a gente prepara! foi a minha resposta imediata.

Eu adoro a interação com a comida, em um restaurante. Me lembro que fui muito no Japão em um restaurante assim, que servia carne de búfala. Uma iguaria única e deliciosa, carne escura e muito macia. Poder grelhar e comer ali, no mesmo instante, é divino.

Como se pode ver nas fotos (que saíram meio escuras porque eu não tiro foto com flash!!!) derretemos a manteiga e jogamos os legumes e a carne que grelham, subindo um cheiro delicioso!!! Deixamos no ponto, legumes ainda crocantes, para mergulhar na tigela com molho ponzu e saborear junto com o arroz.

Mas foi fato: é muita comida para duas pessoas, ou para duas mulheres. Em mulheres, dá para servir até quatro. No entanto, eu e Sharleu comemos tudo!!! rs

Fato 2: cada vez mais me certifico da amizade que tenho com ela. É única, como cada um de nossos encontros. Já passamos por quase tudo nessa vida e podemos dizemos que a nossa amizade foi testada várias vezes. Desde outubro de 2004 essa garota está na minha vida com essa sensação única de familiaridade. Já conhecemos muito bem uma a outra e já conhecemos o pior lado uma da outra. Sharleu, para mim, é um misto complexo que eu nunca saberei descrever, mas uma coisa nós sabemos: sempre estaremos uma do lado da outra, não importa o que aconteça.