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Novo morador

O tempo de silêncio é sempre necessário quando a mente anda "falante" demais. Claro, nem sempre os falantes sabem o que falam e mesmo os silenciosos também.

Quero compartilhar com vocês o mais novo morador aqui no apartamento: Floriano. Sua história é aquela velha conhecida: abandonado, perdido em um lugar público e recolhido por uma verdadeira protetora dos animais, Cristina Kok.

Fazia algum tempo que queria adotar um gatinho e ontem, quando vi esse gatinho lindo, não resisti. Agora, eu e meu amor temos um novo companheiro aqui em casa, que será cuidado com muito carinho e amor.




Zélia Duncan no Teatro de Niterói - um show de cores e talento

Para encerrar esta semana cheia de shows (foi algo inédito assistir a três shows), hoje fui ver Zélia Duncan no Teatro de Niterói (aqui pertinho de casa...) para gravação do seu DVD "Pelo sabor do gesto" e para comemorar TRINTA anos de carreira! Como assim, trinta?! Pois é. Nem acreditei quando ela disse isso...

Primeiro: eu não conhecia o teatro e achei-o lindo, soberbo.  Decidi que quero ver peças e mais eventos lá, ainda mais para aproveitar que fica a 10 minutos de casa! ;-) Segundo, o cenário: aquarela pura, seguindo a própria concepção do encarte do cd. Se você, por acaso, baixou o cd e não sabe do que tô falando, vai lá prestigiar a Zélia e compre.

O cenário em aquarela, combinando com o vestido balonê de ZD, com as roupas também coloridas dos músicos da banda, com o canhão de luzes... foi apenas parte do que o show reservava. A abertura foi assim, com "Boas Razões" e Fernanda Takai e John Ulhoa no palco com ZD. Direto, uma surpresa! Aquilo seria apenas o indício de como o show seria...

O setlist foi baseado no último cd dela "Pelo sabor do gesto" mostrou uma Zélia confortável, humilde e talento mais do que sobra. Outro destaque e surpresa que me emocionou foi que ela cantou o refrão de "Todos os verbos do mundo" em libras (linguagem dos surdos e mudos) após contar uma bela história que, não saberei reproduzir em nomes completos agora.

Confesso: foi o primeiro show oficial de ZD que assisti. Vi um show gratuito uma vez, há zilhões de anos atrás. Estou determinada a assisti-la mais vezes, porque enquanto a via no palco, entendi porque ela está onde ela merece estar: como uma de nossas melhores representantes da atual MPB. Sua humildade é tão inacreditável quanto a cena que vi do lado de fora, enquanto esperava para entrar: a mãe de Zélia estava na fila (junto aos mortais) para entrar no teatro. Na fila? Sim. Ela estava lá, sorridente, com a camiseta da gravação do dvd, como qualquer fã, esperando a vez de entrar. E não ficou na primeira fila! Para mim, isso demonstra claramente como o caráter da mãe selou o caráter da filha. E isso me fez admirar Zélia ainda mais. Ela tem a simplicidade -- e talento estratosférico -- que muitas cantoras e cantores da mesma geração (cheia de estrelismo pop) não têm. O movimento é de dentro para fora.

As surpresas de Christiaan Oyens, Marcelo Jeneci, Paulinho Moska (doido e simpático!) encheram o show com mais cores. Ainda foi lindo vê-la cantar "I love you" de Roberto Carlos. Ao final, todos os convidados subiram ao palco outra vez. Ficou uma sensação de alegria inefável... a alegria de uma artista feliz com os trinta anos e, como ela mesma disse, os próximos anos que a vida permitir. Ah, como assim?! A vida vai lhe permitir muitos e muitos e eternos anos!

Isabella Taviani no Teatro Rival - parte 2

Sim. Está virando regra meus posts sobre os shows que costumo ir. Fico muito feliz de ouvir os comentários e os feedbacks das pessoas que, em geral, gostam de ler os meus textos. Tenham certeza apenas de algo: escrevo com o coração, tentando traduzir com a máxima fidelidade tudo o que senti.

Primeira coisa que deve ser dita: admiro MUITO a artista Isabella Taviani. Porque é incrível como ela não faz NUNCA um show igual ao outro. Isso pode parecer um comentário meio óbvio, mas a certa repetição acaba sendo uma característica meio comum, quando a gente acompanha o artista de perto. Mesmo set list, mesmos comentários entre uma música e outra, mesmo, mesmo, mesmo...

MAS -- e enfatizo isso -- IT É UMA ARTISTA DIFERENTE. Gosto demais de suas músicas. Gosto demais de sua voz melodiosa e potente. Gosto demais de sua presença de palco. Gosto demais de seu carisma e do seu carinho para com cada um de seus fãs. Isso a torna mais do que única. Cada vez que vou a um show seu, penso em como ela consegue essa arte de ser ela mesma se reinventando todos os dias. > Isso não é simplesmente um elogio rasgado, é uma verdade visceral para mim. E motivos de sobra para justificar porque fui aos dois shows no Teatro Rival.

Último dia de show, havia um clima solto. Alguns rostos conhecidos da quinta-feira... outros novos. A casa ficou lotada! A abertura com o show da Thathi foi algo impressionante, porque foi a primeira vez que a vi ao vivo. Baiana de guitarra potente com um imenso futuro a frente! As covers e as músicas de sua autoria são lindas!

Também havia uma ansiedade para a participação de Luiza Possi. Mas, antes disso, tivemos uma doce surpresa agradável quando IT chamou Myllena para subir ao palco e cantar com ela a inédita "Canção de amor clichê". Confesso que com duas vozes e um violão apenas, ela ficou mais forte. E eu gostei mais dessa versão do que a ouvida no show da Myllena.

De repente, então, sem mais nem menos, no meio de "Borboletas e risos" entra Luiza Possi, num vestido lindo! As duas fizeram um dueto lindo nessa canção que ganhou todo a meiguice e doçura da loira, num resultado cheio de surpresas! Eu adorei. Pena que não estava preparada para gravar e peguei apenas metade do vídeo. Vamos torcer para algum fã ter gravado ela inteira!

Luiza Possi ainda cantou "Outro mar" (segunda vez que tive a chance de ouvi-la cantada ao vivo pela dupla -- a outra foi no Tom Jazz, ano passado) e num bis final, fez dueto no repeteco de "Digitais". Alguém queria mais? IT ainda incluiu "Recado do tempo" antes de terminar o show com a clássica "De qualquer maneira" (Peixinho, para os íntimos).

O público estava caloroso, mãos e vozes em coro... a casa lotada. Nessas horas, não me canso de deixar de olhar o palco e voltar meus olhos para o público. É fascinante observar rostos cantando, outros chorando, outros em transe, outros apenas.... assistindo. A banda, como sempre, unida e fantástica, naquela sintonia perfeita deles. IT e seus convidados arrasando.

E, como tinha comentado com a própria Isabella, a velha e boa IT que nós conhecemos, dos olhso arregalados, da certa angústia e intensidade de emoções está de volta!!! Não da mesma forma que a conhecíamos.... mas madura. Uma maturidade cheia de adeus ao passado e repleta de esperança do futuro. Os verdadeiros fãs entendem o recado e a aplaudem, confabulam e compactuam com ela.

Infelizmente, por causa do outro evento da noite, ela não pôde abrir o camarim. Faltou a foto e o abraço... (sorte a minha que tirei foto na quinta! rs) No entanto, sobraram emoções diversificadas para todos os gostos. A minha, em especial, é a contínua e crescente admiração por ela. Preciso de IT na minha vida. E obrigada, mais uma vez, por este show lindo que proporcionou aos fãs cariocas!

Isabella Taviani no Teatro Rival - olhos bem abertos!

Fazia um tempo que eu não vinha postar aqui. Por n motivos que não cabem ser ditos aqui, eu simplesmente tava na minha, quieta, no meu canto. Um turbilhão de emoções dentro de mim... e eu nem contava que fosse ver IT no Teatro Rival Petrobras hoje. Achei que seria apenas no sábado. Achei que perderia o Frejat ao vivo. Mas... quando o Universo conspira, a gente apenas acata e diz amém.

Graças à querida Borboleta Azul consegui comprar meu par de ingressos. E, assim, pude ter a oportunidade de -- mais uma vez, graças a Deus -- assistir a um show de IT. E hoje eu precisava. Hoje eu queria sentir a energia única dessa mulher quando está no palco. Hoje era especial... mais do que sempre já é.

Quem nunca foi a um show de Isabella Taviani não sabe o que está perdendo. Esta noite, por exemplo, perdeu uma parceria fantástica com Frejat cantando Bete Balanço. Sem palavras para descrever o baixo e a guitarra ao vivo, nessa música. Frejat com seu vozeirão lindo de Deus casou perfeitamente com IT. Aliás, abençoada esta mulher que pode fazer parcerias com vozeirões lindos como já tinha sido com Toni Platão no VivoRio e hoje no Rival!

Gostei demais de ver Argumentos de Vidro de volta no repertório, fazia muito tempo que não ouvia essa música ao vivo! Mas, para mim, dois momentos foram mágicos e especiais: Todos os erros do mundo (com os olhos arregalados de IT de volta, lembrando aquela mulher raivosa de 2003) e Diga Sim. Eu senti alguns cliques gigantescos dentro de mim... e eu agradeço demais pelo ser humano maravilhoso que é Isabella Taviani por compartilhar essa energia com seus fãs!

Hoje assisti ao show de maneira diferente. Sim, eu vi uma Isabella numa mistura perfeita de doce e raivosa. Sim, o figurino brilhante estava lindo. Sim, a química dela com Frejat era nitidamente sincronizada. Sim, o público cantou todas as músicas, respeitou seu silêncio e fez coro quando o microfone se voltou pra plateia. Mas, o que vi foi os músicos individualmente. É linda a "família IT" no palco. Vi Sérgio Melo tocar sua bateria inteira em Iguais. Vi Marco Vasconcellos e Catatau tocarem guitarra e baixo durante toda a execução de Todos os erros do mundo.

E recarreguei minhas baterias, minha energia, minha vontade. Apenas isso -- somente isso -- é que um show de IT faz com você. Vale ver. E rever, porque sabadão eu estarei de novo lá pra conferir a dupla fofa IT e Luiza Possi (que já tinha visto no Tom Jazz). Imagina a minha ansiedade?
ps: Hoje vou ficar devendo mais fotos e vídeos, porque fiz meia dúzia de fotos e nenhum vídeo, já que minha câmera foi sem bateria pro show. Prometo que sábado trago as recordações!

Saudades...

Hoje acordei com saudades.

Tal como define o dicionário, uma certa melancolia me atingiu hoje. Em cheio. Fiquei pensando num coração (de ontem) como uma estrada vazia e, se pintada como me sinto agora, ela teria as cores da saudade. E qual seria a cor da saudade para mim? Uma mistura de sépia com salmão em tons alaranjados...

Fiquei pensando se estivesse em São Paulo, o que estaria fazendo agora? Quando as vontades são maiores que a capacidade realizá-los, sempre nos sentimos assim... meio fracassados, meio perdidos. Fazemos pensamento positivo e entregamos a nossa sinceridade aos trâmites misteriosos do destino. E seguimos um dia após o outro.

Tudo parece ser sempre mais tentador quando não faz parte da nossa realidade. Se o ditado da grama do vizinho parece ser unânime, então por que pensamos assim? Talvez, mesmo quando impossível, o desafio é o grande xis da questão. Temos vontade de fazer algo, mas desde que seja o desafio maior daquilo que a nossa mediocridade pode suportar.

Mas, voltando à saudade, sinto saudade do cheiro de SP: poluído em tantos lugares, arejado e único em outros. Sinto saudade de pisar em cada centímetro daquele lugar -- mesmo os desconhecidos -- e sempre me sentir em casa. Sinto saudade dos meus amigos: tantas e tantas pessoas que não falo há tanto tempo! Queria sentar num banco de praça e ficar vendo as horas passarem... as pessoas correndo de um lado a outro, com pressas. São Paulo é a cidade das pessoas apressadas! (em mal-educadas também... mas isso é detlahe! rs)

Também tenho saudade do cheiro de mato, de olhar o verde e me perder no movimento calmo. Saudade das lojinhas da Liberdade. Do cinema vazio à uma da tarde. De andar pela Rua Augusta... das longas conversas que compartilhei tendo a Avenida Paulista como testemunha...

Nada é como deveria ser. Se eu estivesse em São Paulo, talvez sentisse saudade do Rio. Do carioca que anda sem pressa, do mar-- disponível a qualquer hora do dia, sem estresse. Do sotaque, das pessoas que sempre sorriem (em geral). Mas é sempre assim: a grama do vizinho é sempre mais verde. 

Mas é fato: hoje acordei com muitas saudades.

O sem-parâmetro como parâmetro

Como tinha postado anteriormente, deixei um gancho para falar da ausência de parâmetros como parâmetro. Vou explicar onde tenho visto essa regra imperar e, como consequência, presentear seus afiliados com a mais ampla gama de experiências. Falo de relacionamentos amorosos.

Há quem defenda a liberdade total nessa delicada área da vida de qualquer um. Não deixo de entender os motivos. Veja: se você for um franco atirador, amar é um definitivamente um ato livre! Você pode amar em todos os níveis -- da paixão absoluta ao amor menor (existe isso? Eu acho que sim!), e experimentar as mais diferentes sensações. Conheço -- E MUITA -- gente adepta dessa prática.

Por outro lado, há quem defenda o critério meticuloso como maneira de se relacionar com alguém. Conheço pessoas que decidem que detalhes pequenos servem para decidir a inviabilidade de uma experiência a dois. Também conheço MUITA gente adepta desse estilo. Dificuldades com o português, uma certa higiene aqui e ali, um tic nervoso: tudo isso pode vir a ser motivo para o total descarte de um pretendente. Também entendo esse pensamento porque, durante muitos anos, foi o meu fio-condutor para a minha vida amorosa.

Mas, vejamos a simplicidade da coisa: extremismos não servem nem mais no Oriente Médio, quem dirá na vida amorosa do ser humano? Sou contra a liberdade total -- caiu na rede é peixe; e também sou contra excluir alguém porque a pessoa esqueceu de colocar crase num verbo bitransitivo e troca uns 's' às vezes. Isso tudo parece hilário, mas acontece demais na vida real!

O que me fez pensar no texto desse post foi que, em um período curtíssimo de tempo, presenciei -- em diversos meios de comunicação -- a defesa quase nervosa do sem-parâmetro como parâmetro. É quase neguinho apontando o dedo na sua cara porque você pode ser meio indeciso ou meio seletivo demais. Ou é neguinho dando conselho sem ninguém ter pedido. As pessoas gostam demais de se meter na vida das outras... o que me fez pensar o seguinte: não está fazendo mal, então não pode ser tão ruim assim, né?

Não. Não acho. Não gosto de ninguém apontando dedo na cara de ninguém, principalmente um defensor do sem-parâmetro querendo fazer descer goela abaixo um parâmetro. É quase um silogismo? Não sei, também. Só sei que vou compartilhar o seguinte (numa tênue defesa dos criteriosos em relação ao franco-atiradores): até o momento, não conheço UM EXEMPLO sequer de uma pessoa REALIZADA que pegava ou amava o primeiro que aparecia na frente. Por um tempo, até parece excitante a aventura do sem-limites. Mas, longe de moralismos (quem me conhece, sabe bem disso), o qeu vejo é um coração esburacado pelo tempo.

Esses que amam indiscriminadamente são carentes disfarçados. Porque disfarçam sua carência na ampla abertura de amar quem estiver disponível. Porque disfarçam sua sensibilidade em sua agressividade. E porque, com o tempo, vão espalhando aos quatro ventos que não restam esperanças, depois de uma vida inteira tentando, tentando... e nada conseguindo. Porque, sim, a pessoa mesmo atirando pra todos os lados, continua sozinha e solitária. Com sorte, não estará muito amarga.

Assim, basicamente o que quis dizer com o post de anteontem foi: os sem-parâmetros querendo comprovar seu parâmetro (e ponto de vista) pra mim, é totalmente furada. Desconfio demais e não ouço conselhos mesmo! Por outro lado, como disse antes, sem extremismos. Ou dá tudo ou não dá nada, não dá. E, somente cá entre nós, eu confesso que gosto de certas regras, certos requisitos, ainda mais no campo amoroso. Para uns, o coração é uma estrada livre e perdida. Para você?...

E sobre o livro que li...

... não direi o nome agora, porque ainda está no prelo. Futuramente, eu falo!
(este post é continuação do post de ontem. Leia aqui)

A questão toda que o livro aborda acabou me custando uma leitura demorada, mas necessária. Fiquei pensando na premissa mais básica: se um autor escreve um livro assim, é porque tem muita gente que lê. E se uma mulher (sim, é uma autora) pensa assim e muita gente lê, é porque muita gente pensa assim! Não dá para ser mera curiosidade. No Brasil, a literatura não se dá esse luxo.

Aí, eis que tenho lido uns textos que falam sobre a sexualidade da mulher, que é muito reprimida. E fico pensando: muito interessante, morarmos no Brasil, o "país do sexo" vendido de bacia em cada esquina... e as mulheres têm problema para chegar ao orgasmo. Era pra ser fácil? Ou era pra ser mais simples?

Aí eu penso em alguns emails que recebi e algumas briguinhas bobas que tive nos últimos meses. Não consigo deixar de pensar em uma única coisa apenas, que acabou interligando todos esses assuntos: mulher é mesmo um bicho muito complicado!

No entanto, não deixo de considerar que a mulher ajuda, mesmo me parecendo uma literatura tão pobre quanto a de um forçado livro de autoajuda. Ela escreve bem? Escreve! Tem boas intenções? Tem. Mas, para mim, ela comete um erro que algumas pessoas cometem: ajuda quem não quer ajuda. E insiste em reforçar certos conceitos de que precisamos viver sem parâmetros.

Sou uma seguidora de leis? Não. Mas sou seguidora de bom senso. Conheço muitas mulheres que vivem sem parâmetro e me parecem pessoas assim como ela: vendo a idade avançar, com farpas na língua, resposta pra tudo, mínimos detalhes para criticar e pré-estabelecer o que é certo ou errado. Ops?! Eu cometo esse mesmo erro muitas vezes, não escapo do problema. A questão é: você vive sua vida assim, agora espalhar que é melhor viver assim?

É sempre perigoso colocar todo mundo na baciada da generalização, como também é perigoso polarizar. Ela se dá a "auto-licença" por ser escritora de crônicas? Sinto muito, isso para mim é uma licença poética fajuta mascarada para fazer autoajuda.

Talvez tudo isso tenha sido apenas resultado pelo fato de eu ter odiado a leitura do livro. Se ela cortasse 90% dos textos e deixasse alguns irônicos, críticos de política e cultura, seria um excelente livro. Mas ela mistura uma autoajuda sem-vergonha com supostas crônicas que não vi graça nenhuma. Parece uma Marie-Claire meio Nova lapidada com ares de literatura. A mim, não engana.

ps: ainda voltarei ao tema das pessoas que vivem sem parâmetro e que pregam parâmetros aos quatro ventos.

Comentários gerais e aleatórios

O tempo agora está com um gosto estranho de ritmo geral e apressado. Assim como estes comentários que farei a seguir, sobre algumas coisas que vi ultimamente.

O aniversário do meu blogue está aí... e acho que, como muitas algumas das poucas sugestões que recebi, farei um prosaico blançao geral das coisas. Agrada a todo mundo e agrada a mim. Um layout novo fica pra quando eu tiver paciência.... porque confesso que gosto demais desse pretinho básico onde simplesmente jogo as cores em cima. 

Numa segunda-feira de carnaval, torno a ouvir uma música que sempre me deixa leve e feliz, mesmo com uma letra triste: Nightwish com Forever yours. Sempre que ouço essa música, sinto saudade de um momento específico da minha vida. E sinto saudade de mim mesma. E sinto fazendo mais parte de mim mesma.

O último post gerou alguns comentários que farei aqui de maneira.... geral e aleatória. Como o título deste post. E como a minha atual vontade de me manter em absoluto silêncio. Faz algum tempo que tenho desejado o silêncio e desde esse tempo tenho brigado para não me isolar mais ainda em minha já isolada solidão. Vontade de fazer poesia, ouvir música e ficar vendo o sol se pôr...

Os textos deste blogue não foram forjados a ferro, fogo e sangue. Eles vem num fluxo contínuo... o pensamento acerca de um texto fica dias dentro da minha cabeça. Um dia, um segundo: eu quero ele pronto, naquela hora, com uma ânsia única. Ultimamente, o silêncio predomina em mim. Talvez, por isso, os textos saiam mais intensos, nas poucas vezes que saem. As palavras ficam mais escolhidas e a manipulação sobre elas, também.

Tenham certeza apenas de uma coisa: falo muito de mim? Sim, falo. Mas nunca falarei o suficiente para alguém me conhecer e dizer que me conhece. Mistério velado? Não, apenas o meu jeito de ser. Não quero fazer máscaras com ninguém, mas poucas pessoas de verdade me conheceram como deveriam me conhecer. E dessas poucas pessoas, apenas algumas sobreviveram para continuarem ao meu lado. O lado "Crisantemus Sincerita Polemicus" fica a cargo de sua imaginação. O resto que tenho por trás de tudo isso me parece como licença poética: cada um tem o direito ter a sua própria.

***

Recentemente li um livro que me fez intensamente achar uma palavra que o sintetizasse. Nem sou dessas coisas, mas me pareceu importante. Daí concluí que não dá para classificar as mulheres heterossexuais como sendo mais estrogênicas que as homossexuais, por exemplo. Mas classificaria algo assim: a falta de parâmetros é um parâmetro que diz muito a respeito da pessoa. Fica aqui o gancho pro post de amanhã!

Sobre alguns sonhos

Tenho alguns sonhos recorrentes. De tempos em tempos, eles tomam formas diferentes, mas o significado parece continuar o mesmo: um medo inexorável de voltar ao passado e estar presa nele, sem saída!

Vou perguntar à minha amiga Dra. Cláudia Bertrani o que isso poderia significar. Eu tenho a minha interpretação, até. Mas deixarei aos leitores do blogue para tirar suas próprias conclusões... (se quiserem, claro), depois de compartilhar alguns sonhos.

Alguns anos atrás, eu sempre sonhava que estava no Japão (para quem não sabe, eu trabalhei por lá de abril de 1996 a novembro de 1997, um período novo e muito difícil na minha vida). Do nada, puf: estava lá. Presa a um local (cuja saída se dá "apenas" por avião), sem conhecer ninguém, sem saber o que fazer, preocupada em arranjar um trabalho para não passar fome (coisas que, de certa forma, me afligiram enquanto estive lá). Uma aflição me atingia de tal forma que entrava em desespero.

Também sonho que estou de volta a empregos antigos. A sensação rançosa e meio amarga de estar de volta a um ambiente que, no seu sonho, parece apenas refletir as coisas difíceis que você passou na vida real. Aqui chamado de antigo emprego 1: o meu primeiro emprego sério desde que voltei ao Brasil, então você imagina as lembranças que ficaram em mim, ainda mais depois de ter trabalhado por 7 anos lá.

Sempre me vejo transportada para lá, tentando me readaptar ao local, tentando conhecer o que está sendo produzido, tentando conhecer as pessoas e sentindo uma hostilidade incrível, como se fosse odiada. Eu penso que deveria estar no Rio de Janeiro e não no cu de São Paulo. Eu falo com as pessoas que eu conheço e que ainda trabalham lá, peço ajuda, mas tudo soa falso.

E eu também sonho, eventualmente, que estou de volta à FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo). Estou de volta àqueles corredores cheirando a velho e ranço humano. Preocupada em terminar minha última matéria, contar créditos e me formar (para quem conhece o esquema da USP, você monta a sua própria grade curricular, depois de cursar as matérias obrigatórias). E sempre no último semestre, presa novamente a uma realidade que não mais me pertence desde 2007, mas que retoma suas caras como se fosse agora.

Aí eu penso: o que seriam esses sonhos que, de tempos em tempos, retomam as minhas lembranças e me fazem acordar com gosto de guarda-chuva na boca. Um guarda-chuva metafórico que eu sei o que essencialmente quer dizer: não quero voltar ao Japão para trabalhar, não quero voltar ao antigo emprego, não quero estudar mais na USP. Os caminhos e rumos que minha vida tomará serão bem diferentes. Mas ainda assim, queria saber, do ponto de vista psicanalítico, o que significa. O que seria?

E o tempo...

... e as vontades... e os desejos.

Na falta de palavras, deixo um quadro de Salvador Dali, The Persistence of Memory.


E quase dois anos...

Incrível! Este blogue está para completar dois anos de existência.

Alguns dias, andei pensando na questão do tempo. O tempo misturado a escolhas e a consequências de escolhas... muita coisa aconteceu. Sim, muita coisa aconteceu. Eu criei este blogue para exorcizar um demônio muito específico, na época. Época de mudança radical na minha vida, de ficar novamente sozinha e começar tudo de novo... opa, eu acho que já vi este filme antes.

Fato é que penso em dar um rumo diferente a este blogue... não sei exatamente onde. Acabei de fazer o mapa astral e verifiquei como este canto tem tudo a ver comigo e qual o seu sentido. O que vocês diriam de um blogue pisciano com ascendente em touro e lua em virgem? Sol e Urano em conjunção, na casa 11? Saturno em Virgem na quinta casa, em oposição forte ao resto do meu mapa. Meio do céu em Aquário repleto de planetas: Mercúrio, Marte, Netuno, Quíron e Júpiter. Plutão na casa 09. Vênus em Áries, na casa 12.

Gosto do mapa astral do meu blogue e parece, em muitas vezes, que ele tem vida própria, um sentido próprio e eu apenas tenho sido a condutora. Sou bastante séria no que diz respeito ao que este canto aborda. Cotidiano? Sim. Apologias? Não. Mente aquariana? Sempre. Mimimi de coleguismos entre blogues? Sinto muito, mas não.

Acho que farei uma surpresa quando este blogue completar dois anos. Mas aceito sugestões? O que vocês acham que eu poderia fazer para comemorar esta data? (respostas sem-noção serão educamente ignoradas ou apagadas -- algo que fiz apenas umas 3 vezes desde que criei este blogue).