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Ops!

Perdi meu celular pros duendes misteriosos que roubam tudo e deixam você se perguntando: "como e onde foi que eu perdi isso?" Não sei, mas perdi.

Bom pra ficar ainda mais longe da vida internética e smartfônica. Novo celular, claro, está sendo providenciado!

Enquanto isso...


E então?

Eu queria novos amigos. Eu quero. Eu preciso.

Mas em um mundo como o nosso, onde estão essas pessoas?

Pois é. Você conhece todo mundo, mas não conhece ninguém a fundo. E, pior, ninguém te conhece. Ninguém sabe de você.

S. sempre dizia que não conseguimos fazer amigos depois dos 30. Por Deus... lembro que a gente ficava ponderando e chegando à mesma conclusão: não. Não fazemos amigos depois dos 30.

Mas toda regra tem sua exceção e eu encontrei algumas exceções. No entanto, agora, 36 anos na cara, estou me questionando se a regra se consolidou de vez. Será?

A vida virtual tem suas inúmeras vantagens! Porém, tenho sentido falta do tête-à-tête, sabe? Tenho sentido falta da honestidade. Tenho sentido falta da coragem.

Por um período temporário mas sem data específica ainda, cancelei minha conta no facebook. Necessito de MUITA distância daquele baile de máscaras cujos personagens são semiloucos, narcisistas, aproveitadores e fúteis em ação. EXAGERO? Pode apostar que sim! E ainda assim é uma escolha. Minha.

Vou postando por aqui. Se você, leitor aleatório, aparecer por aqui e deixar um comentário, saberei que é meu amigo além das linhas (quase) inescrupulosas do fb. Vou adorar receber e ler esse comentário!

E é só por hoje. Até amanhã, outro dia. Outro dia qualquer.

Life comes full circle

Um post pretensioso?

Ontem fiquei sabendo de algo que me arrasou. Mesmo. Uma notícia que, mesmo depois de um ano, achei que não fosse me abalar como me abalou. E abalou, abalou mesmo. Abalou. Por que? Eu tenho uma coisa chamada "ingênua confiança no melhor das pessoas".

Mas ter isso é maravilhoso! Só não é quando a vida passa e as máscaras das pessoas caem como folhas de árvores que precisam ser trocadas. As árvores, aliás, têm propósito. E as máscaras das pessoas? O que você pensa disso?

Eu penso que a vida é ironicamente engraçada! 

Eu fiquei sabendo da tal notícia e ela estragou meu almoço. Estragou parte do meu dia. Fiquei pensando em um monte de coisas, um turbilhão de sentimentos ocupando minha mente no lugar de outras que deveriam estar lá, mas não estavam!

Porém, o grande barato da vida é observar os detalhes! Uns me detestam porque sou detalhista e minuciosa, perscrutadora e observadora. Desculpe aos meus caros que pensam isso de mim, mas sou assim mesmo. E se não fosse os detalhes, provavelmente eu perderia a oportunidade de ver oportunidade onde todos veem desgraça. Eis o meu lado otimista que nunca morrerá!

O post está misterioso porque não darei nomes aos bois, não mesmo! Os mais próximos saberão e mesmo que não saibam, deixa pra lá. O que importa, agora, é dizer que foi bom ter expurgado a raiva, vomitado aquilo que ainda jazia dentro de mim e, provavelmente, extirpado os últimos resquícios de mágoa. Mágoa é uma merda.

O horizonte agora que nasce diante dos meus olhos é de muitas cores, imagens, sabores, texturas e sons! Minha mente está profícua. Meu coração está caloroso. Meu lado social está feliz. Meus desejos estão pareados com meus mais secretos sonhos. Nunca -- em toda a minha vida -- tive uma felicidade tão completa.

E a grandeza disso é que não precisei deixar de ser eu mesma em nenhum segundo! a maravilha de ser você mesmo 100% do tempo, sem -- para isso -- magoar as pessoas, trapacear as pessoas, puxar o tapete das pessoas. O equilíbrio do meu nodo norte em libra.

Dizem que não se deve fazer propaganda da própria felicidade. Será? Penso que as coisas boas precisam ser compartilhadas. O que é seu por direito nunca sairá de suas mãos!

Obrigada a todos os velhos e bons amigos, nomináveis e não nomináveis e às pessoas novas que entraram recentemente em minha vida! 


Reflexões

Meu ascendente nesta revolução solar está me deixando falante! Obrigada, Sagitário! As palavras têm brotado na minha cabeça em torrentes que me deixam com a seguinte sensação: tudo é tão óbvio! Como e por que as pessoas não conseguem ver?

Estou vivendo um momento muito profícuo em minha vida. Trinta e seis anos são isso, afinal? Essa roupa maleável, meio gasta, mas muito confortável que me veste tão bem e diz quem sou?

Meu passado parece aqueles quebra-cabeças com 10 mil peças que vão se formando a cada dia, trazendo uma nova figura pronta, uma nova textura. Encaixadas, parecem trazer sentidos novos às outras figuras. Não é um mosaico frankenstein diante de meus olhos. Acho que nunca vi tudo com tanta claridade!

E a mais clara de todas as coisas: precisamos do outro para sabermos quem somos! No  isolamento deliberado ou arbitrário, podemos até chegar à mesma conclusão. Mas ela vai demorar mais e será mais sofrida, dará mais voltas e você terá a chance de se perder.

Quando temos o outro, estamos diante da mais pura oportunidade de: nos reconhecermos, de nos vermos, de escolhermos, de fugirmos ou de termos coragem. O olhar o outro é um exercício que melhora com a maturidade (em geral). E com a maturidade, você deixa de ver outras coisas para ver novas.

Está tudo muito metafórico e metafísico... mas não tenho melhores palavras para descrever isso. Estou aqui, madrugada de sábado, 01h15, ouvindo Pink Floyd e falando com uma tela. Mas é para mim mesma, ainda assim. E para quem se atrever ler isto aqui.

Enfim... apenas queria compartilhar com quem quer que leia este post, que uma nova fase se instalou de vez em minha vida. Vários demoninhos estão sendo apagados e estou tendo a oportunidade -- de verdade -- de perceber que ser quem sou é muito melhor do que eu poderia imaginar em meus desejos mais insanos!

Essa merece post! ;)

Sexta-feira, 16 de agosto, dia aleatório.

Nem queria, mas resolvi comprar jornal. Não um, dois. Folha e Lance!. Sim, sou leitora do Lance!, não conheço nenhuma outra mulher que gaste R$1,50, com certa frequência, para ler notícias sobre futebol, especificamente.

Bem, eu gasto!

Estava lendo, folheando o jornal dentro do ônibus a caminho do trampo, quando de repente levo um susto! Na coluna do Álvaro Oliveira Filho, vejo uma foto conhecidíssima! E o título do texto? "O EXEMPLO DE ISABELLA".

WOW! Li em trinta segundos o texto. Muito bem escrito, fala sobre a verdadeira relação de amor de um torcedor com o seu time de futebol do coração. Álvaro relata que dias atrás, escutou a Isabella dar uma breve entrevista à radio CBN pouco antes de um jogo e entre Botafogo e Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro. A IT é muito conhecida no meio futebolístico por participar de programas, dar entrevistas, comentar mesmo! E o que eu mais gostei dessa matéria é poder apresentar aos leitores/torcedores paulistanos a visão de uma artista cujo mote maior é sempre o amor, em quaisquer circunstâncias -- e ainda mais como torcedora de futebol! Torcer pelo seu time é o que importa. 

Coincidentemente, penso da mesma forma. E desde a finada época de colunista esportiva do Parada Lésbica (escrevi uns 4 textos apenas), já criticava a relação fanática que perpassa os limites de 'ser' humano. Bom, a história toda mostra quais são as consequências de atitudes fanáticas. Quem sabe, não trago este texto de volta, já que ele não está mais disponível online.

Concordo com Álvaro e concordo com IT: "O futebol precisa de torcedores apaixonados, mas saudáveis. Que estejam sempre prontos para servir a seus clubes, e não para se servir deles."

A seguir, uma fotinha tirada do jornal e um vídeo meu, quando fui vê-la cantar no Engenhão! (nesse dia o Fogão goleou o SPFC por 4x1!!!)  ;)














Dicas para criar um bom currículo para editoras - parte final

Primeiramente, queria agradecer a todos que visitaram meu blogue nos últimos dias! Fiquei muito muito feliz com o número recorde de leitores. Obrigada!

Aqui finalizarei as minhas dicas para criar um bom currículo para editoras. No post anterior, abordei a parte visual. No post de hoje, falarei sobre conteúdo.

Por exemplo, é crucial que você crie currículos diferentes para objetivos diferentes, empresas diferentes. Se as suas pretensões não são acadêmicas, não cometa o pecado mortal de copiar e colar o seu lattes no word e disparar para editoras. Esteja certo: vai direto pra lixeira.

É importantíssimo saber o seu objetivo. A partir daí você incluíra ou não determinadas informações e adaptará o seu currículo de modo a deixá-lo atraente para o examinador. Visual e conteúdo precisam estar alinhados.

DICA 1: currículo não é fichamento de sua vida. Dispense as informações inúteis.
E o que seria uma informação inútil? RG, CPF (e há quem escreva CIC!!!!), título de eleitor, certificado de reservista: SE você for contratado, o RH vai pedir cópia e original dos seus documentos. 
Também é informação inútil dizer que você concluiu seu ensino médio numa escola particular bacana. Por incrível que pareça, isso é muito comum. Porém, você acredita que isso possa ser relevante mas, na prática, só serve para ocupar espaço que poderia estar dedicado a algo realmente importante.
Não inclua experiências anteriores "queima filme". Por exemplo, trabalhar com telemarketing, caixa de supermercado, atendente de farmácia etc etc etc. A menos que seja um currículo para vaga de estágio (e olhe lá), exclua totalmente esse tipo de informação.

DICA 2: organize as informações do seu currículo
Não esconda o diamante do seu currículo na última linha da última página. Dependendo do estado físico do examinador e dependendo de como você compôs o seu currículo, você corre o sério risco de ser dispensado injustamente. Quer dizer, não é tão injusto assim, porque afinal a falha de organizar o seu currículo assim foi sua.
O "diamante" é classificado de acordo com o objetivo que você tem. Se for um cargo fixo dentro da empresa, pode ser interessante colocar suas características pessoais e um brevíssimo (brevíssimo mesmo) resumo de como você colocou em prática aquilo que diz que tem. Por exemplo, capacidade de trabalhar em equipes. Diga como você é capaz de trabalhar em equipes em experiências profissionais reais.
Se for um cargo de tradutor freelancer, por exemplo, é indispensável que você deixe bem claro: suas áreas de atuação e os idiomas que você trabalha. Porque, meus caros, não existe tradutor faz-tudo. Quem "faz- tudo" (com ressalvas, ainda) é o Google Translator.

DICA 3: não minta!
Se você não tem inglês avançado, não coloque. Se você não tem experiência na área, não invente! Dizer que tem "anos de experiência" na área como autônomo pode até ser verdade. Para não dar o direito da dúvida, explique sucintamente onde e como. Se ficar esquisito, exclua, porque mentira tem perna curta e se ela aparecer quando você menos esperar, pode se queimar no mercado sem necessidade, certo? 
Se não conhece algum software, não diga que sabe.
E pelamordedeus: se você não estiver se candidatando a uma empresa gringa multinacional que tenha apenas funcionários "importados" (ou uma vaga para morar em outro país), NUNCA coloque: "português -- nativo". Isso é motivo suficiente para seu currículo ir para a lixeira!
Regra de ouro: não minta!

DICA 4: não faça currículos com mais de duas páginas
Digo isso por um simples motivo: NINGUÉM LÊ. Um examinador que tenha em mãos duzentos currículos para ler todos os dias não vai gastar o tempo com os quinhentos cursos que você fez e não acrescentam nada para o objetivo que você escolheu.
Como disse no início deste post, faça uma triagem, escolha e confie na sua decisão. Sabemos sempre o que é mais importante e o que não é. Adapte seu currículo de acordo com as empresas.

DICAS FINAIS: NÃO SEJA SEM NOÇÃO!!!
Ou seja:
- não trate o entrevistador por "apelidos". Por exemplo, meu nome é Cristiane. Não me chame de "Cris" se não houver consentimento. Não precisa me chamar de "Vossa Senhoria", também: bom senso!
- não ligue para o examinador se não houver orientação explícita para isso.
- não cobre "uma resposta": seja por email e -- PIOR -- por telefone. Aguarde sua vez. Se ela nunca vier, não era para ser.
- não faça piadinhas, especialmente as de mal gosto. Não se esqueça: a menos que você esteja concorrendo a uma vaga para uma Escola de Teatro, atuação improvisada só pode ser feita por aqueles que nasceram com essa habilidade. Não será numa entrevista de emprego que você vai colocar em prática o seu lado stand-up comedy!
- não pense que conseguirá uma vaga usando seu charme-olhar-43. Se não se tratar de uma empresa inidônea, não há teste do sofá!

DICA DE OURO:
Queridos colegas de profissão -- revisores, preparadores, tradutores, editores e afins: NUNCA, NUNCA, NUNCA deixem nenhum erro de português ou de digitação em seus currículos. É aí que você começa a vender seu peixe!!! Se você não o revisa, não o corrige e não o padroniza, que tipo de imagem você acha que está passando ao examinador, hein?

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Uma vez mais, estou à disposição para críticas construtivas. Compartilhei um pouquinho de minha experiência e espero que ela seja útil a vocês!

Dicas para criar um bom currículo para editoras - parte 1

Olá queridos leitores deste blogue! ;)

Conforme prometido, escreverei algumas dicas de como criar um currículo coerente e decente. É óbvio que não estamos falando daqueles modelos antigos de preencher que comprávamos nas bancas de jornal. Aquilo funcionou um dia e, ainda hoje, há quem pense que precisamos ter todas aquelas informações -- em geral, inúteis -- que só servem para encher linguiça e esconder o bom que há em cada um de nós.

Pensei em algumas divisões e tentarei ser o mais explícita e simples que puder. Mesmo porque, quando se trata de currículo, não há muito o que falar.

De início, queria esclarecer que não fiz nenhum curso e não tenho nenhuma formação técnica na área curriculística, de gestão de RH ou afins. Esse conhecimento (como quase todo conhecimento que possuo) foi puro aprendizado empírico e prático, ou seja, observei e testei.

Em uma época em que não havia muita internet disponível, eu acompanhava de perto a seção "Analise seu currículo" que vinha no caderno Emprego, todo domingo, na Folha de S.Paulo. Confesso que aprendi muita coisa de lá. Eram explicações simples, didáticas e extremamente esclarecedoras.

[Que fique bem claro que aqui não estou agindo como se fosse uma empresa contratada para entregar 10 candidatos para XYZ vagas. Estou compartilhando minha experiência pessoal dentro da área editorial.]

No meu primeiro emprego editorial, tive a única oportunidade de ser a responsável por selecionar currículos de candidatos a estágio para muitos chefes diferentes. Foram muitos currículos, muitos candidatos, muitas entrevistas, muitos micos, muitas situações constrangedoras.

No meu segundo emprego editorial também tive muitas experiências com sucesso. E com o aval do meu chefe que disse ter ficando impressionado com minha capacidade de análise crítica para selecionar bons perfis para cargos específicos. Modéstia a parte, eu concordo com ele.

No meu terceiro emprego, com menos sucesso (não de minha parte, claro), também fiz excelentes escolhas. Mas não tive tempo de colocá-las em prática, pois para preencher uma vaga, é imprescindível passar por todas as etapas (escolha, análise e teste) até chegar o momento de fazer uma escolha definitiva.

Então, quase dez anos depois, estou tendo a oportunidade novamente de analisar currículos. E eu confesso que é um trabalho de que gosto muito. Ao mesmo tempo, me dói demais, pois ainda continuo vendo coisas inacreditáveis. Considerando que estamos lidando com profissionais de letras (e áreas correlatas), é mais inaceitável ainda ver as coisas que costumo ver.

Por isso, vou dividir as dicas em dois tópicos gerais: o primeiro vai abordar a forma, a aparência, o design -- ou seja: o visual. O segundo post vai abordar a organização, as informações, a qualidade e a quantidade das informações -- o seja: o conteúdo.

Com estes posts, não quero ser melhor que ninguém nem determinar as regras do certo e do errado. Como disse no início deste post, vou tentar elucidar a questão coerência vs. decência. Então, profissionais da área de humanas (letras, editoração, tradução, revisão e afins) aí vai o primeiro post. Comentários, críticas, sugestões: fiquem à vontade para escrever.

DICA 1: NÃO USE CORES, BORDAS, EMOTICONS, IMAGENS DE POWERPOINT
A menos que você seja um BOM profissional que entenda bem de design, não use vermelho e azul como se estivesse copiando a lição de casa lembrando seus tempos de ensino médio. Também é muito feio usar imagens de telefonezinhos, envelopes para indicar emails. Pois muitas vezes, você pega esses símbolos de fontes que podem não estar no computador da pessoa que vai abrir seu currículo e o que acontece? Pau de fonte! Só fica um quadradinho que não quer dizer coisa nenhuma.
Não crie retângulos para cada item que você for escrever, nem dê destaque necessário a coisas que só são importantes na sua cabeça. Quando a pessoa vai ler o seu currículo, pode ter certeza de que ela não está interessada na sua capacidade de criar bordas e quadrados com sombreamento feito nos wordart do word.

DICA 2: USE FONTES SIMPLES E DA MANEIRA MAIS SIMPLES POSSÍVEL
Pelamordedeus: NÃO USE Comic Sans! Ninguém gosta de Comic Sans!!! Quer dizer, algumas pessoas até gostam; a questão é que você não vai querer ser um rebelde justamente na hora de criar seu currículo, certo? Não sabe que fonte usar, vai de Times New Roman mesmo! Arial é básico e ninguém reclama. Bom, uns reclamam porque gasta muita tinta para imprimir, mas em época de economizar papel, quase ninguém imprime currículos, então, vai na fé com a fonte Arial.
Pelamordedeus2: escolha uma única forma de destaque. Se você já usou negrito, pra quê usar itálico. E se você já cometeu o pecado mortal de negrito e itálico, pra quê colocar sublinhado??? Uma vez mais, essa necessidade de importância está só na sua cabeça. O que é importante é destacado de outra forma, não com o combo negrito + itálico + sublinhado!

DICA 3: NÃO MANDE CURRÍCULO COM FOTO!
A menos que você esteja concorrendo a uma vaga para modelo, comissária de bordo ou seja qual vaga for, ninguém quer saber que cara tem a preparadora freelancer. O examinador quer saber suas competências e, a menos que haja algum interesse obtuso, se alguma empresa exigir foto, certamente se tratará de racismo. Portanto, feio(a), loiro(a), etc etc: na área editorial ninguém precisa de foto no currículo!

DICA 4: IMAGENS EM BAIXA RESOLUÇÃO
Ou quaisquer imagens anexadas no currículo. Primeiro: a menos que você seja um designer (e no caso você mandaria um link para o portfólio online) não há necessidade NENHUMA de anexar nenhuma imagem no seu currículo. Maaaaaaas... se você considerar importante (mas precisa ser MESMO importante), por exemplo, colar as fotos dos jpegs das capas de todos os livros que traduziu/revisou, pelamordedeus: imagem com resolução, padronização no estilo das imagens e elegância ao colar e distribuir as imagens. O mesmo vale para as pessoas que têm microempresas com logotipo e tudo: insira o logotipo em alta, por favor. Imagem quadriculada/serrilhada/esticada só funciona se o seu logotipo for assim -- o que acredito que não deva ser.

DICA 5: SIMPLICIDADE NA CONSTRUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DAS INFORMAÇÕES
Um currículo é um résumé, ou seja, um resumo. Seja conciso. Não coloque bullets sem necessidade, não crie hierarquias e sub-hierarquias.  Não precisa escrever "CURRICULUM VITAE", simplesmente insira seu nome e seus dados principais. Seu currículo é um resumo não um fichamento de sua vida, certo?!
Outra coisa, NUNCA encha linguiça na hora de escrever seu currículo. NUNCA! Isso é chamar o selecionador de idiota e vai fazer com que ele descarte seu currículo mais rápido do que você imagina. "MENOS É MAIS" é o lema na hora de escrever seu currículo. Não adianta encher longas 6, 7 páginas se você nem tem o que o examinador está pedindo. Isso só vai irritá-lo e fazer seu currículo ser arrastado para a lixeira. 
Não se envergonhe de ter apenas UMA PÁGINA. Já cansei de ver currículos que impressionam com apenas uma página. Por que? Porque ali tem o que eu espero que a pessoa tenha e ela não precisa me enrolar com informações inúteis e mal-organizadas.

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Espero ter incluído todas as informações necessárias que possam esclarecer os aspectos visuais mais importantes. Caso estejam me taxando de brava e radical, apenas digo: a competição é grande, meus caros. Um currículo bonito não é aquele que tem florzinhas decalcadas e cores diferentes para cada tópico. A elegância de um currículo está em ser simples, direto, organizado e clean. Pois quando você lê mais de trezentos currículos e o 301º vem cheio de negritos e sublinhados, você nem quer saber se ele é bom ou não, você quase nem o lê.

Ainda esta semana escreverei a parte 2 falando de conteúdo. Aí a coisa pega... rs

A sina (ou bênção) das mulheres com voz grave

Primeiro post do mês de agosto!

Esses dias atrás, relembrei de uma história contada pela Isabella Taviani no último show no Sesc Ginástico. Aquele foi um show acústico, intimista, 'na madrugada', maravilhoso como toda show de IT pode ser. Mas, nesse dia, a contação de histórias estava solta. E uma dessas histórias foi quando um telemarketing qualquer ligou cedo para a casa dela. Ela tinha acabado de acordar... e todos nós sabemos como é a voz ao acordar: um horror.

Então a voz naturalmente mais grave (e que nem é tão grave assim...) de IT saiu mais grave ainda. E a pobre moça do telemarketing a chamou de "senhor". "SENHORA" pronta correção de Isabella. Mas a piada ficou. E eu ri muito porque eu sei exatamente o que é ter voz grave e como é sofrer com isso!!!

Aqui é algo engraçado. Mas, da minha parte, tenho de confessar que não é fácil chegar ao equilíbrio da autoestima quando o assunto é voz. Já contei vários tipos de bullying que sofri: do fato de ser japa é o principal deles. Ter voz razoavelmente grave foi mais um "agravador".

Eu me lembro que durante a adolescência não aceitava ter a voz que tinha. Não saberia, hoje em dia, precisar que tipo de tom era, mas sabia que não era "fininha" como a das menininhas.Talvez venha daí também o meu desgosto total por falar ao telefone.

E eu me lembro quando comecei a superar tudo isso. Lembro cada fato -- como se fosse ontem -- no exato momento em que impus a minha voz e vi que, sim, ela era grossa. Mas era minha. Era o meio pelo qual eu me expressaria para o mundo!

A primeira e mais marcante delas foi em algumas noites de karaokê no Japão. Ver minha voz ecoando em caixas acústicas me trouxe uma emoção e uma constatação de que ela era bonita! Ainda no Japão, eu gravava fitas k7 para mandar para a minha família. Ouvir o que tinha gravado era um exercício de percepção do que minha voz deveria significar para mim.

Alguns anos depois, eu gravaria versões caseira e acapella de músicas que gosto. E ouviria e ouviria depois... apenas para ter o prazer de me ouvir cantando. Meus desafinos e acertos. O contínuo exercício de ouvir minha voz, me aceitar e admirar a minha "impressão digital vocal".

A última vez, ainda nos idos de 1999, confirmou que fosse como fosse, a minha voz era minha, grave ou não, era eu. Num evento amador de lançamento de um livro editado e impresso comunitariamente com outras trocentas pessoas, cada fulano teve seus 5 minutinhos de fama no microfone. Era para ser legal, mas ninguém sabe falar em público. Voz maçantes, para dentro, etc etc. Ninguém mais dava bola para o que as pessoas estavam falando.

Quando chegou a minha vez, apenas disse "boa noite" e vi todos os rostos se voltarem para mim. Era isso! Era apenas isso! Não fosse minha voz grave, alta e bem imposta, eu seria apenas mais uma. E quem quer ser "apenas mais uma"?. Ali eu exorcizei quaisquer demônios que restassem em relação ao timbre de minha voz. 

Voltando a história da Isabella. Em um show (não lembro mais qual) ela comentou também já se sentiu insegura com a sua voz "grave". Se ela, que considero a mais bela voz do Brasil, passou por sentimento igual ao meu, pergunto: se houver alguém aí do outro lado da tela com o mesmo questionamento: mande todo mundo se danar!!! Voz fininha é chata de ouvir, dói o ouvido! rsrs Um timbre nunca deveria definir quem é uma pessoa. Todos têm prós e contras. 

Para finalizar este post, compartilho a mais bela canção do último cd de IT. Olha que bela voz "grave"... :)