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Alguns poemas - parte 1

Decidi compartilhar alguns poemas meus aqui no blogue. Acho que já fiz isso há muito tempo atrás... decidi separar aqueles que eu gosto muito.

Eles fazem parte de uma velha Cris... intensa, sonhadora, apaixonada, platônica, idealista. Não conseguiria nunca mais escrever um poema assim... mas tenho orgulho desses exemplos que abro para vocês, aqui! Muito!!!

Esta primeira leva trará algumas coisas bem antigas... rs. Espero que gostem. Aguardo coments! ;-) 

ps: esta primeira leva é dedicada à Claudia Bertrani, a quem devia alguns poemas.

_________________ 
Baile 

Ao baile dos poemas, entreguei-me na noite passada
e mesmo no silêncio mudo, misterioso... inquiridor
tenho os vestígios: resquícios de sua arte, sua dor
e acordei com palavras tristes... mas abonadas,
perguntei ao relógio do tempo que não é tempo,
mas mera figuração, idolatração: passatempo.

Ao baile da ansiedade cheia de escárnio, chorei
lágrimas, e com elas, fiz tinta que usei em pena
em alusão à mulher que tanto me traz cenas
em sonhos, em pesadelos: marquei-me, esperei,
mas o silêncio da solidão foi duro e taciturno
minhas mágoas não encontraram momento oportuno.

E tremi...
entre transes 
de ópio e morfina,
pretendi
esquecer a vida 
que desatina,
malogrei
sangrei
dei...
ao obscuro
o que não tinha,
e busquei
não em mim
mas fora
... de mim...
o que
só em mim
havia.

Ao baile da solidão eterna o tempo todo eu compareci,
dias e noites, madrugadas e manhãs vazias, mal vividas
os estranhos me serviram de companhia para a sina
que eu escolhi e pretendi, e que não sabe que adoeci,
mas acordei com palavras e poemas, perfeitos,
que saberão, em sua sapiência inviolável, dar-me preceitos.

(20/05/2001)

_________________ 
Tuas palavras 

Dize-me as cruéis palavras
tuas adagas de fogo enterra em mim,
jazo-me nua sem nenhuma adarga,
tenho meus sentimentos biografados
e livre de atitudes estóicas
ainda com estima mantenho-te aqui
entre os braços tênues da ceva e da colheita
sem tolher a tua liberdade de movimentos.

Perfura-me com as infiéis palavras,
não vejas brotar gemas de sorrisos
que com lágrimas, foram regadas um dia,
admite que minha falta sente
e não será de mim que a dor escorrerá
em ti, ela supurará
não trepides em ver a realidade colorida,
não duvides desta dor tão sentida.

Usurpa-me com os direitos que tiveres
se não tiveres nenhum, continua mesmo assim
dilacera-me.... trucida-me...
preenche a tua ânfora, esvazia-me a minha
leva-me ao ponto do sem-fim
sem arrependimento, ultrapassa fronteiras
definitivamente, enterra tuas palavras
e não tomes mais nada de mim.

(24/10/2000)

_________________
Terço 

Vou rezar um terço
de uma terça parte de uma noite qualquer,
vou querer que fique
tudo bem com você esta noite,
pois eu sei que hoje
você vai precisar
você vai estar completamente só,
minhas preces serão uma só
igual a uma chuva que só molha
se caírem todas as gotas juntas,
e bem juntas...

Vou acender uma vela
iluminarei os caminhos claros
de espíritos perdidos,
e emprestarei a minha mão
para você poder caminhar
entre sombras, entre neblinas
entre seus medos...

Vou pedir uma única vez
numa única prece
a felicidade que você
roubou de você mesmo,
em meio à chuva que cai
e que pouco molha,
não sei como conseguiu
confundir lágrimas com
gotas singelas de água,
talvez fosse necessário
muitas lágrimas e pouca chuva,
mas, eu sei que mesmo assim,
você vai estar bem
sempre esteve bem,
e jamais percebera isso
e ainda assim
rezarei um terço em muitas terças
ou sextas
para você estar,
pois você vai precisar
ficar bem.

(01/11/1995)

_________________ 
Falta 

Falta  tempo  para  dizer  obrigado
ou  faz-se  falta  de  coragem
sinto falta  de  sua  presença
quando  faz  frio  lá  fora  
falta  força para  suportar
a  falta  que  faz  sua  ausência
tenho  medo  de  falar
que  sinto  falta  por  não  ter  paciência
e  faz  tanto  tempo  que  faltou
uma  chance  para  dizer
toda  falta  que  sinto  de  você   
em  alegria  em  refazer
um  sonho  que  diz  estar  morto
falta  tanto  tempo  para  observar
todos  falarem  a  mesma  língua
sorrirem  na  mesma  alegria
cantar  no  mesmo  tempo
e  acho  que  falta  muito  tempo
para  acreditar  no  que  se  passou
e  que  ainda  passará
na  dor  que  senti  e  que  ainda  sentirei
nos  passos  faltosos,  nas  ordens  faltosas
na dor  que  sobra
e   na  certeza  que  falta
quando  sinto  sua  falta,
quando  não  está  aqui.

(02/09/1994)

____________________ 
Simplesmente amo-te 

Com a simpleza 
que separa os ocasos
do simples acaso
com a ambigüidade
que iguala as raízes
mais infelizes
com a força inigualável
do teu sorriso-luz
que ante o escuro, reluz
com a candura
do teu espírito que une
com o meu e ambos se ungem.

Amo-te e canso de procurar motivos
porque sei que não existem motivos
pois sabes que em vão são os motivos
que me levam a ti, a enxergar motivos
repetitivo torna-se o dia a caçar motivos
simples, tolos mas sempre decisivos motivos
que nem sempre levam à razão, ao real motivo
do principal motivo.

É uma simples questão de espírito
o fato de eu amar-te
Tu me alegras quando nem sequer imaginas
que estou triste
e sabes do ódio que existe
e que insiste
em ficar e domar minha vida, tornar-se minha sina
tu me ensinas como e devo amar.

(03/10/1999)

Novo início!

A coisa chega assim: de mansinho. Você não faz mesura e de repente, o inusitado: simplesmente acontece. Uma pergunta parece básica -- como foi? Ninguém sabe. Fato é que quando certas coisas precisam acontecer, nada as impede de tornarem-se reais.

Neste início de madrugada em pleno sábado, me pego pensando num assunto que queria postar há meses, sem exagero: o término das amizades.

Eu nunca pude ser capaz de entender algumas coisas que se sucederam na minha vida. Não sou ingênua nem pretensiosa para adivinhar e para predizer. Fui pega de calça curta, mesmo quando agi ou quando recebi uma ação.

Sinto falta dessas pessoas que se foram. Sim, não sou orgulhosa para dizer que não sinto falta, porque sinto falta sim. Talvez eu sinta falta daquilo que ficou bom e ficou eternizado nas memórias. Porque antes de terminar havia um sentimento bom, quente, afetuoso, reconfortante de amizade.

Sempre reparei em mim mesma uma necessidade de controle absoluto sobre tudo o que fosse exterior a mim. Claro que a mesma regra não valia para o controle de mim mesma. Assim, eu podia viver uma vida desregrada até o momento em que invadissem a minha privacidade.

Não dizem que a necessidade de controle é justamente a ausência dela? Pois, digamos, que com isso eu tenha tido experiências amargas e doces nesse sentido.

Isso tudo para dizer que estou com o coração aberto em relação às novas pessoas que entrarão em minha vida! SIM! Oficialmente (olha o controle...) que a temporada de reclusão, crise e o caralho a quatro estão terminadas.

O nevoeiro cede e a escuridão vira dia. Nada ainda é sinônimo de pura alegria, porque a vida é batalha diária. Para sermos plenos, precisamos plantar diariamente. Para sermos felizes, espalhamos felicidade a cada segundo. Para sermos todo, precisamos nos fragmentar -- sem nos quebrar. Fácil, né? ;-)

E que todos os meus amigos cariocas sejam bem-vindos neste coração paulistano, mas cheio de vontade de viver a vida plenamente. Todos nós merecemos!

Assunto: depressão

Confesso que esses últimos dias venho pensando no projeto que acabei abandonando no ano passado: uma série de posts sobre depressão. De repente, nem preciso de uma "série de posts" mas apenas de um post com alguns tópicos relevantes. Arrisco aqui umas considerações muito pessoais sobre o assunto, já que nem de perto tenho qualquer embasamento técnico para versar. 

1) Depressão é como lepra.
Há, de fato, uma espécie de sentimento generalizado quando alguém assume estar com depressão. As pessoas sentem pena, dó e, preferencialmente, se distanciam de você, porque depressão parece ser algo extremamente contagioso, transmitido pelo ar e por qualquer espécie de contato físico: sim, depressão é o vírus da pior espécie possível.

2) Depressão é frescura.
Também é fato que a maioria de nós vê um depressivo como alguém que "precisa levar uns tapas" para se encaixar na realidade. Falta do que fazer, falta do que pensar. Mal-agradecido. Mimado. Uma pessoa que tem saúde, tem dinheiro, tem de tudo e não deveria estar "depressivo" porque não sabe reconhecer tudo que tem. Assim, as pessoas acabam julgando o depressivo como alguém que está com tempo de sobra e, como não tem o que fazer, quer chamar a atenção.

Muitos especialistas afirmam que a depressão é o grande mal do século 20. É uma doença silenciosa, diretamente não apresenta sintomas físicos e ela começa pequena, quase imperceptível. Um diagnóstico tardio e grave só poderá ser percebido quando a pessoa decidir terminar com a própria vida.

Eu acredito que todos nós temos algum nível de depressão. Uns lidam melhor com ela. Outros a combatem com tamanha maestria que ela vem e passa longe. Já a grande maioria acaba perdendo essa batalha e, creio eu, uma vez que você tenha tido depressão, é como se ela instalasse um acesso eterno dentro de você e, caso você não saiba fechar essa porta corretamente, ela poderá entrar a hora que quiser e com a força que quiser.

Penso que uma vez que você tenha tido depressão é como você tivesse de conviver eternamente com ela dentro de você. Uma espécie de cicatriz que sempre alcançará aquele estágio final de cicatrização mas que nunca cura completamente. Então, dependendo do que você estiver vivendo, a depressão pode encontrar o acesso que queria para voltar e se instalar com fúria total.

Qual a solução? Não sei. Existem diversos tipos de saída disponíveis, mas não creio em cura total. Digo que deve haver uma eterna e constante vigilância sobre si mesmo. E nunca, nunca, nunca desdenhar da depressão. Não importa que amigos, familiares ou pessoas próximas tratem dela com desdém, você nunca deve subestimar a força da depressão. Creio que, talvez, precise aprender a conviver com ela, como uma outra persona sua dentro de você mesmo. Esquizofrênico? É a melhor resposta que eu encontro para mim mesma.

Pois a depressão é a ausência total de sentido na vida. Ausência total de sentimentos pela vida, seja amor seja ódio. É olhar para tudo e ficar se perguntando onde está o sentido e não ter nenhuma resposta. Nenhuma resposta. E você não precisa estar solteiro, não precisa estar morando na rua ou ser uma pessoa sem um bicho de estimação. Por isso as pessoas dizem o que eu citei acima quando veem alguém que parece estar depressivo. Depressão é a ausência total de qualquer tipo de paixão pela vida. É a vontade de apagar as luzes de um quarto já escuro, sem janelas, sem portas e sem iluminação.

Bem, voltando a pensar em solução, remédios, psiquiatras e psicólogos ajudam. Mas, talvez, a melhor solução para o primeiro passo para lidar com isso seja tentar reacender a maior paixão, algo que a pessoa ame (ou tenha amado) muito: um estudo, um lugar, um animal de estimação, um hobbie, um filme... qualquer coisa. A falta de sentido ainda existirá mas poderá ser amenizada aos poucos em troca de um sentimento que não irá substituir muito menos entrar em competição com a depressão: coexistirá com ela.

Considerações finais: bom, talvez tenha dito muita besteira, mas o que disse foi baseado em minhas observações pessoais comigo mesma, na minha depressão e na convivência -- perto ou distante -- com outras pessoas com depressão. Espero voltar em breve a falar sobre o assunto. E meu pedido: um depressivo não é alguém que está pedindo por sua ajuda mas é alguém que precisa da sua ajuda.

Às vésperas da primavera

O inverno praticamente já se foi. Os ares da primavera, vindos com a chegada do sol em virgem, estão trazendo novas perspectivas.

Estou vivendo dias totalmente inéditos! A sensação -- e a realidade! -- de ter uma nova chance de fazer diferente, de errar diferente, de ser diferente! DE SER EU MESMA cada vez mais!

No entanto... confesso: sou intensa. Sou muito intensa. Intensa no sentido de tudo ser questionado. Intensa de tudo ser analisado. Nada passa despercebido. E, se passou, é para o bem da minha sanidade mental! É uma escolha deliberadíssima!

As pessoas continuam estranhas... muito estranhas. Pro bem ou pro mal, continuo tendo uma relação de amor e ódio com o ser humano. Esses dois sentimentos... graus diferentes do mesmo princípio. Eu continuo tentando entender o ininteligível, continuo tentando captar o invisível, caminho na tangente insana da serenidade. Vou do passado ao futuro em milissegundos. Imagino, verto, cuspo, injeto nas veias outra vez.

Hoje pensei que escreveria um poema. Há anos não tenho versos no cérebro, mas hoje, diante da falta de prosa, a poesia pareceu querer ressurgir. Virá algo? Quem sabe?

Não gosto da mesmice. Não gosto das palavras iguais e, pior, atitudes iguais: sempre o mesmo "ser-e-estar". As pessoas têm medo de ousar!!! Por que? Você saberia me dizer por que? As pessoas preferem ser o insosso-vulgar-arroz-com-feijão. Eu nunca fui a rainha da ousadia mas também não sou a bela estátua de princesinha conservadora mas pousando de moderninha. A moda (de ser e de atitudes) agora está bem chata nesse sentido!!!

Na falta de amigos novos -- porque, por Deus, é uma dureza conseguir fazer amigos novos!!! -- voltarei a algumas amigas que me amam incondicionalmente, que viram o meu pior e o meu melhor e estão ainda, perto ou longe, comigo. Isso é uma dádiva. E fico feliz em saber que não preciso de facebook ou twitter para encontrar, ter e manter amigos!! THANKS GOD.

Minha mente está a mil, meu coração acelerado. Meus desejos, intensos... e minha voz... silente. Não vou dizer que gosto de ficar calada porém tenho uma regra que aprendi a custo de muita dor, lágrimas e sangue: "não tem o que falar? Sorria, abaixe a cabeça e cale a boca!".

E é isso. Sem celular, sem mídias sociais. Cara, isso não faz falta nenhuma na nossa vida!!!

O último post de 2023

Eu sobrevivi ao ano de 2023 — eu deveria fazer uma camiseta para usar no ano que vem.

O mundo está doente. 

Você sabia disso. Eu sabia disso. Todos nós sabíamos disso. (mesmo?)


Mas foi apenas a partir do momento em que eu saí da minha bolha é que pude vivenciar isso na prática! E como isso aconteceu? Quando os apps de relacionamento aconteceram em minha vida.

Quem acompanhou meus posts por aqui a partir de agosto viram as minhas reações iniciais. Em seguida, as experiências — algumas inicialmente boas, outras maravilhosas — até estarmos aqui, hoje, 08 de dezembro de 2023, com essa sensação que mistura derrota com desilusão e realidade brutal.

Eu realmente não fazia ideia de que as atuais lésbicas (não importa a idade) estivessem tão mentalmente doentes. E, com isso, não quero chamar ninguém de louca, psicopata, stalker, intensa ou qualquer outro adjetivo. Nada disso. Longe disso!

Essas classificações seriam muito superficiais, muito clichês e muito preconceituosas.

Eu venho de um tempo (olha a frase cringe) em que as pessoas (mulheres lésbicas incluídas) pareciam estar conscientes de si próprias. Porque todos nós temos algum tipo de doença mental em algum nível (eu não me excluo disso). Mas a forma como lidamos com isso é que me assusta. Não há mais discernimento algum. Autoconhecimento? Aprofundamento de si próprio?

Muitas estão aí dizendo que "estão com a terapia em dia" e eu afirmei, categoricamente, que essa era uma frase clichê usada como muleta. Desculpe por ter dito isso! Hoje em dia eu sei que essas mulheres se destacam por estarem tentando. Se estão fazendo isso corretamente ou não são outros questionamentos, mas, ao menos, há a tentativa. Esse é o primeiro passo, como de uma criança aprendendo a andar, a ter mais autoconsciência de si própria.

Autoconhecimento é um ato de extrema coragem.

Mas a maioria de nós (nisso, eu não estou incluída) tem medo de conhecer as próprias sombras. Passam um verniz ou empurram deliberadamente para baixo do tapete porque, afinal, se não está na minha vista, não preciso me preocupar. Admita: quem aqui nunca fez isso na vida?

Nos apps, eu não conheci tantas mulheres assim, mas uma característica me chamou a atenção em todas elas, sem exceção: falha de comunicação. E, nisso, eu também estou incluída, infelizmente.

A falha de comunicação gera falta de clareza e falta de propósitos.

Comunicação, como dizem todos os terapeutas por aí, é crucial para o estabelecimento de qualquer tipo de relacionamento. Ainda mais quando conhecemos alguém por um meio virtual. Afinal, não temos a presença, não temos parâmetros, não temos conhecidos em comum que nos apresentariam outros pontos de vista. Contamos, única e exclusivamente, com o que nos é dito pela pessoa.

Então, se a comunicação é falha, isso se chama: receita para o desastre.

Eu sempre me considerei uma pessoa que sabia se comunicar.

E esta foi a maior lição, a mais dura de todas, que eu tive de aprender neste ano: saber me comunicar com clareza.

Comunicar-se com clareza é o ato maior de amor que você pode ter por você mesma.

Não deixar indicativos, não deixar subentendido, não esperar que a pessoa compreenda por si própria. Nada disso.

FALAR COM O MÁXIMO DE CLAREZA POSSÍVEL.

Eu tive de errar bastante para chegar à essa conclusão. Talvez, para algum leitor aqui, isso já seja óbvio. Parabéns para você! Que você continue nessa jornada, que é uma estrada de eterno aprendizado.

O outro poderá reclamar de sua suposta falta de tato com uma fala direta, mas nunca questionará suas intenções. Então, desde que você seja uma pessoa que tenha muito autoconhecimento de si mesmo, falar com clareza além de um ato de amor por si próprio também é um ato de amor com o outro — a despeito de ele não conseguir compreender isso no começo.

E, aí, fechamos o círculo e voltamos ao tal do clichê chamado "autoconhecimento". Imagine uma pessoa que não tenha consciência de si própria e que, obviamente, não saberá comunicar com clareza o que nem ela mesma sabe. 

Imagine os estragos que os encontros dessas mulheres estão causando por aí?

Imaginou?

Isso não é exclusividade de lésbicas, não. Isso é endêmico no ser humano da atualidade.

Mas, pense. O que é um app de relacionamento? É um local onde as pessoas se reúnem para vender o próprio peixe. E como se faz isso? Maquiando o peixe da melhor forma possível.

Gostos? Arte, urbanismo, café, viagens e animais.

Fotos? Uma prévia do Instagram (local onde mais encontramos a exposição da riqueza construída em detrimento da pobreza interior).

O melhor peixe exposto ganha mais curtidas, visualizações, seguidores e fãs. Que tristeza viver nestes atuais tempos.

Então, os apps não mostram, como já disse, uma foto do cérebro e, melhor, uma foto da alma. Nao temos acesso a esse raio x. Não há outra forma de saber além de observar, prestar atenção e notar como se dá a passagem do tempo — sempre, o tão sábio tempo. Além da nossa intuição.

Hoje em dia, que obviamente não é mais como há vinte anos atrás, as pessoas estão muito mais perdidas, confusas e... sequer têm noção disso. E, se têm, escondem isso dentro de um cofre de titânio sem chave de acesso. Como podemos conviver bem uns com os outros sendo e estando assim?

Não sei: esta é a minha mais sincera resposta.

E eu que, ingenuamente, achei que os maiores desafios deste ano seriam em torno do cuidado com a minha saúde, com a minha espiritualidade (obrigada, Halu Gamashi, por estar em minha vida, eu não teria conseguido sem os seus ensinamentos!) ou com a parte material da minha vida. Nada disso.

Tudo na minha vida sempre aponta para a mesma direção: os relacionamentos humanos.

Então, quero finalizar este ano refletindo e aprendendo tudo que puder aprender e continuamente seguir aprendendo. E que 2024 me traga bons ventos (mais frescos, de preferência).

Desejo o mesmo a cada leitor que me acompanhou por aqui em 2023. Sigamos juntos e fortes. Fiquem com Deus.

Visitando o passado - III

Bom, já que estou falando tanto de passado, nada melhor que revisitar o próprio blogue, certo?

Ontem, terminei o post falando de falta. Então, aproveitei o gancho, digitei no buscador do blogue "falta". E fui aos resultados.

A vida é cíclica, todos já estamos carecas de saber disso. Um dos trabalhos essenciais da Astrologia é falar dos ciclos que uma pessoa viverá ao longo de sua existência. Pensando nisso, nos posts do meu blogue onde coloquei a tag "falta", e... pá. Eis o meu atual momento.

Não falarei de Astrologia especificamente, mas desde que Plutão entrou em Capricórnio, lá pelos idos de 2008, e atingiu a minha casa 11 em cheio em 2011, esse processo começou e ainda continua. Qual? Perda, transformação, reformulação, "queima de pontes" como diria minha professora de Astrologia. Pois é.

O que eu sinto hoje é uma melancolia -- que diante de tudo que já senti, é uma bênção! Talvez seja hora de dar adeus, mesmo. E o que ficou, ficará. Simples? Certamente! Mas, também sabemos que as coisas mais simples são as mais difíceis de fazer. 

Plutão ficará lá na minha casa 11 ainda muitos anos, o que tem um significado ainda muito intenso para mim. Mas, deixando o astrologuês de lado, uma coisa é importante diante de tudo isso: se há algo que você sente que precisa expurgar -- faça-o. Se há algo que precisa ser mudado: mude-o. Se há algo que precisa ser vivido/revivido/ressofrido: torture-se. 

Mas o faça apenas pelo tempo necessário. 

E, bem a tempo, focar nas palavras sábias que recebi, honrosamente (e que também já fazem parte do meu mapa natal): caminhar em frente, mudar, queimar as pontes deixadas e não olhar mais para trás.

E fico feliz se isso for fácil para você! Sem ironias.

E então?

Eu queria novos amigos. Eu quero. Eu preciso.

Mas em um mundo como o nosso, onde estão essas pessoas?

Pois é. Você conhece todo mundo, mas não conhece ninguém a fundo. E, pior, ninguém te conhece. Ninguém sabe de você.

S. sempre dizia que não conseguimos fazer amigos depois dos 30. Por Deus... lembro que a gente ficava ponderando e chegando à mesma conclusão: não. Não fazemos amigos depois dos 30.

Mas toda regra tem sua exceção e eu encontrei algumas exceções. No entanto, agora, 36 anos na cara, estou me questionando se a regra se consolidou de vez. Será?

A vida virtual tem suas inúmeras vantagens! Porém, tenho sentido falta do tête-à-tête, sabe? Tenho sentido falta da honestidade. Tenho sentido falta da coragem.

Por um período temporário mas sem data específica ainda, cancelei minha conta no facebook. Necessito de MUITA distância daquele baile de máscaras cujos personagens são semiloucos, narcisistas, aproveitadores e fúteis em ação. EXAGERO? Pode apostar que sim! E ainda assim é uma escolha. Minha.

Vou postando por aqui. Se você, leitor aleatório, aparecer por aqui e deixar um comentário, saberei que é meu amigo além das linhas (quase) inescrupulosas do fb. Vou adorar receber e ler esse comentário!

E é só por hoje. Até amanhã, outro dia. Outro dia qualquer.

Melissa Etheridge - Company

De uns tempos (bastante tempo, aliás!), venho pensando nas pessoas que entraram e saíram da minha vida. Tantas pessoas, tantas circunstâncias. Exagerei no poder da palavra, exagerei no conhecimento e uso da Astrologia, exagerei no falso correto julgamento que achei que poderia fazer. Exagerei em muita coisa.

Ao mesmo tempo, tenho saboreado tantos novos sabores e temperos... que me pergunto constantemente qual é o real limite naquela velha frase: "melhor ser ignorante ou saber a resposta de todas as perguntas?".

Vou confessar uma coisa aqui: sabe do que sinto falta? Sinto falta de conhecer uma pessoa e me sentir tão instigada por ela, que eu seria capaz de fazer um revolução ao seu lado. Uma pessoa apaixonante! Não é amor, não é paixão, não é sexo... é uma conexão eletrizante, de pura energia e coincidência conectadas, sabe? Alguma vez na vida, todos nós sentimos isso.

E faz tempo, sabe, faz muito tempo que eu sinto falta dessa conexão que me arrepie e me surpreenda. Mas deve ser período, deve ser carma, deve ser essa nova pessoa que sou agora. Ironicamente, mais aberta e mais compreensível e, na mesma medida, mais sozinha.

As pessoas tornam-se tão previsíveis... tão egoisticamente previsíveis e tão ironicamente rasas... um racionalismo que se traduz assim: paralelas que nunca se cruzam.

Trilha sonora de hoje, Melissa Etheridge.

O que somos: as máscaras reais e as máscaras virtuais

É mais do que óbvio e claro que temos vivido tempos caóticos. Nos falta saúde, falta silêncio, falta conforto e bem-estar. Por outro lado, nos sobra estresse, raiva, impaciência. Somos verdadeiras bombas quase automáticas prestes a estourar...

Uns sentem mais, outros sentem menos. Os que conseguem captar a fina percepção de que basta um clique para mudarmos nosso modo de agir. Esperamos grandes ações, esperamos grandes atitudes... mas é no silêncio solitário de estar dentro de si e consigo mesmo que alcançamos nosso ápice e nossas respostas.

Outros gritam aos quatro ventos! Todos gritam e eu mesma já gritei muito aqui. E reparem: por que precisamos de estardalhaço para ver o tênue? Não precisamos de dor. Não precisamos de dor! Não precisamos de dor!!!

Não precisamos de dor para perceber o que não dói. Não precisamos de dor para voltar a viver. Não precisamos de dor para saber o que é bom. Não precisamos de dor para valorizarmos um sorriso. Não precisamos de dor para saborear a felicidade. Não precisamos de dor para nada.

Mas somos seres humanos criados com uma distorção tão gigante de tudo que não conseguimos raciocinar nas coisas mais simples. E uma das coisas mais simples é isso: não precisamos de dor para justificar nossa alegria. Não precisamos de dor para nada!

Deveríamos aprender a andar entre os extremos, como uma dança em que cada passo do vai e vem é um aprendizado que não necessita da dor para justificar sua beleza. Outra distorção muito comum é a de que apenas sorrindo quase como bobos alegres também evitamos qualquer sofrimento. Isso para mim não me parece a fórmula mais adequada. Porque se sorrimos o tempo todo, de fato devemos esconder um verdadeiro buraco negro. Não é?

Para mim, a simplicidade de se sentir é o grande segredo. Se estamos em um momento mais triste, nos recolhemos, nos interiorizamos. Recorremos a ajuda exterior, se for o caso. Não é necessário vestir as máscaras da felicidade eterna. Não é necessário, também, vestir as máscaras do rancor estourado aos quatro ventos.

Na verdade, para mim, o que mais precisamos agora é praticar o silêncio. Falamos muito para agradar aos outros, para preencher nosso vazio interno... mas não falamos para realizar o básico da fala: comunicar.

Se você, querido leitor, chegou até aqui, pense apenas: busque o silêncio interior para saber quem você é, não aquilo que os outros esperam e não aquilo que você julga melhor mostrar.

Bem-vinda ao mundo dos apps de relacionamento!

Vou compartilhar uma história com vocês.

Desde 2008 que eu não me cadastrava em nenhum aplicativo de relacionamento.

Sim! São quatorze anos de defasagem. Ainda estou fazendo um intensivão em redes sociais e em páginas específicas para atualizar o meu software sapatônico. Claro, como boa alma curiosa que sempre fui, não podia deixar de fazer isso. Não (que seja dito) que eu vá usar os termos ou me comportar como uma garota de 20 anos. O objetivo é puramente saber como sente, pensa e fala as sapatoninhas que nasceram quando eu já estava lá vivendo minhas experiências.

Há diferença? MUITA. 

No entanto, o que é mais assustador (ou desolador) é que certas coisas parecem que nunca mudam. Ou até mudam, mas para uma variação tristemente pior.

Bem, lá fui eu baixar, me cadastrar e fazer uma assinatura básica em três apps. Escreve um texto de bio com caracteres e vocabulário específico o suficiente para filtrar e espantar a maioria das mulheres. Antigamente dizer que era astróloga era uma red flag gigante que tanto afugentava como encantava. Hoje? É indiferente. Perdi meu charme.

E essa foi uma das primeiras coisas que me deixou muito curiosa. O que teria acontecido com a Astrologia que hoje não chama mais a atenção nem que seja para sair correndo? Seguirei refletindo nisso.

Começa a criar um filtro de busca. Põe o filtro de busca em ação. 
Zero resultado.
Diminui o grau de exigência do filtro.
Aguarda uns corações e, com sorte, umas mensagens especiais que somente assinantes enviam.
O negócio anda devagar quase parando.
Mas eu me fiz uma promessa antes de baixar esses apps: eu vou me divertir no processo, não importa o que aconteça. Afinal, estou em busca do amor da minha vida? Certamente que não. Se eu der sorte de conseguir manter uma conversa minimamente agradável para mim, me sentirei ganhadora da mega. Uma coisa não exclui a outra, se estou lá me expondo, sei de todos os riscos que corro, sei de todas as possibilidades e, simultaneamente, me abro para tudo que possa acontecer.

Há uma diferença radical do perfil de mulheres cadastradas de acordo com cada app. E isso começa a me chamar a atenção. Fico lá olhando para uma foto, em geral selfie, e penso "a pessoa escolheu essa foto porque ela considera a melhor foto dela. Qual será a pior?" Aí vemos fotos com frases de autoajuda retiradas do FB, recortes de fotos do IG que a pessoa não limpou direito. Fotos desfocadas ou de baixa resolução. Além dos clássicos airbags que talvez atraiam as fetichentas por peitos XG.
Como você gosta de se divertir? Trabalhando.
Como você descreve suas noites? Fasendo amor. (sim, com S).
Não gosto de mulheres masculinas, só femininas. (eu concordo que poucas ficam bem com boné. Eu sou daquelas que NÃO ficam bem fora que eu tenho calor na cabeça)

E o fato de que 80% das pessoas ali estão em um relacionamento aberto? Em geral, com homens. (me chame de antiquada, mas nunca entenderei o conceito disso)
E as mulheres que só me escrevem porque sou japa? (oi? Não sou otaku nem sei o que é isso)
Ou aquelas mulheres que associam tudo a álcool: "Quero uma companhia para beber uma taça de vinho na praia e à luz de velas". "Bora tomar uma brejinha" (em geral skol quente).
Ou aquela que dizia o seguinte: " Quero uma mulher ativa fisicamente, porque quero alguém que consiga me acompanhar nas coisas que faremos juntas, viajar muito e malhar muito".

Confesso que não esperava que me depararia com isso. Há um misto de piada interna entre conversas com amigas íntimas e um senso de que nem estou defasada neste mundo — eu quase não sirvo mais para viver nele!

O que há de comum em todos esses perfis?
A falta de uma foto do cérebro.

Recentemente li um post que dizia que ninguém tem obrigação de adivinhar os pensamentos do outro. Concordo! Mas falta também um pouco mais de aprofundamento mental. Ninguém precisa ir lá escrever uma bíblia sobre si, megalomaniacamente, ou dizer que já leu todos os livros considerados clássicos. A bem dizer, essas pessoas não estão em apps. Onde elas estão? Solteiras? Presas em nichos longe do açougue virtual? Mas as pessoas podiam se esforçar um pouquinho em dizer algo mais além de vinho, academia, cerveja, bonés e peitos.

Então, sem opções, comecei a fazer outras coisas.
A primeira delas é ficar olhando para a foto e para o perfil e tentando adivinhar qual seria o signo daquele ser. Bingo! 90% das vezes eu acerto. 
E a quantidade surreal de leoninas, arianas e sagitarianas? Vou começar a fazer um quantitativo para saber quais signos eu mais vi por aí. Uma coisa é certa: os signos de terra são os que eu menos vejo (touro, virgem e capricórnio) seguido da galera de água (menos escorpião, claro). Vi poucas librianas também. Há uma quantidade gigantesca de geminianas! Halp!
A segunda é ficar caçando perfis fakes que ficam me mandando superlikes/superhearts. Já peguei duas. Se essa galera do outro lado da tela soubesse do meu poder especial escorpiônico para olhar através de todas as obviedades...rs

Recentemente, fiz uma nova amiga astróloga (bem-vinda!). Preciso agradecer a ela por (re)instigar meu lado astrológo observador que andava meio adormecido. É extremamente prazeroso (na falta de um adjetivo melhor) constatar que a astrologia continua sendo uma maneira perfeita de conhecer as pessoas sem que elas se deem conta disso.

E, conversando com uma amiga que usa esses apps há muito mais tempo que eu, aprendi uns macetes com ela para separar o joio do trigo. Se bem que, no meu caso, usar uma pinça para capturar a agulha no palheiro seria uma imagem mais acurada. Vamos rir, Aline!

Não. Não sou a última bolacha do pacote nem quero ganhar biscoito gratuitamente. Eu já estava ciente de tudo isso como disse no começo deste post. Ao mesmo tempo, não tinha como não notar (ainda bem!) que existem mulheres lésbicas inteligentes, cultas, que se destacam. Eu me encanto e fico fascinada que essas mulheres existam e estão por aí, vivendo suas vidas, encarando seus aprendizados, seus medos e deixando uma trilha única e especial por onde passam. Construindo uma história (que, obviamente não está atrelada à sua sexualidade apenas mas que, claro, faz parte intrínseca dela), sendo exemplo, ajudando outras pessoas. E me alegro muito por ter conhecido algumas delas! E espero conhecer mais!

Em um post futuro, quero retomar este post de hoje com boas novidades, sejam elas quais forem. Até lá.

A rapidez de um segundo

Qual o real sentido da palavra "intensidade"?

Qual a velocidade de mudança de um segundo?

Ainda no compasso dessas transformações tão inexoráveis que vêm ocorrendo na minha vida, eu tenho escolhido a minha capacidade de imaginação para me transportar de volta às minhas próprias lembranças. Talvez, elas não sejam como realmente aconteceram... E,com certeza, eu estarei perdendo os detalhes seletivos da memória... mas que importa? A alegria e a doçura serão ainda mais saborosas.

Eu sinto falta das texturas do tempo. Sinto falta da poesia que se desalojou de mim. Me imbuí de tanta racionalidade capricorniana e caminhei no extremo de uma extremidade de mim mesma... que me perdi na racionalidade que nunca foi minha, mas emprestada.

Me perdi e me achei nessa senda. Me escondi atrás da minha água congelada. Mas, essa mesma água que vive em mim, está me trazendo de volta à vida. Não sou perdedora nem vencedora... apenas uma eterna lutadora.

Qual a pergunta que nunca me fizeram? Aquilo que sou. No mesmo instante dos ventos incontroláveis, a calmaria. No mesmo instante da tempestade, um vulcão em brasa. Os paradoxos, os extremos opostos, o agridoce nos lábios. Aquilo que tudo que eu sempre serei: um pouco além daquilo imaginado. Um pouco menos do que deveria ser. Aquela que sempre fui e serei.

Algumas reflexões (tô precisando)

Esses dias pré-aniversário e tpm, com zilhões de coisas acontecendo simultaneamente têm me enlouquecido!!!

Mas as lições que sempre vem e vão são as mesmas: as pessoas falam muito e fazem pouco. As pessoas se estagnam com facilidade em defeitos e em sua vida pacata e retrógrada, com pouco a oferecer. As pessoas -- sempre as pessoas -- adoram criticar e não aceitam críticas. As pessoas se perdem tão fácil... e arrastam consigo outras pessoas.

Este foi um ano em que terminei vários tipos de relacionamentos. Percebi -- como já vinha sendo ao longo da minha vida, em um crescente cada vez maior -- que não aceito mais a falta de respeito para com a minha pessoa. Claro, diriam alguns, que a falta de respeito é recíproca e sempre originada de uma causa seguida com um efeito. 

No meu caso, eu sempre pondero muito antes de tomar uma decisão. Se por um lado, sou um pouco impulsiva com quem me conhece bem, por outro, sou extremamente ponderada quando se trata de cortar um laço. Porque a decisão é sempre definitiva. Claro, coisas podem acontecer, águas podem rolar e as mudanças inesperadas do destino nunca são controladas pelas nossas próprias mãos. Mas eu tomo um decisão e ele está tomada.

Percebo que poucas pessoas entendem isso. Elas sempre querem enxergar qualquer outro ponto de vista e menos o de tentar se colocar em meu lugar por um único segundo. Criam conjecturas, enredam dramas, quando a verdade está simples e clara diante dos olhos.

Enfiim... a todas essas circunstâncias, meu sinto muito sincero. Eu vou, não olho para trás. Aprendi, a duras penas, que uma canceriana com ascendente em peixes precisa aprender uma razão extracorporal imensa. Precisa aprender a criar uma casca sem deixar de ser sensível. Precisa aprender a ser fria sem ser irracional. Porque todas essas palavras não combinam comigo: frieza, racionalidade. Mas aprendi, ao longo de uns cinco anos para cá, a discernir, a agir corretamente e ter bom juízo da situação. Agora, com o meu novo desafio diante dos meus olhos, espero poder superar a novidade que se prostar diante de mim. Com toda a sensibilidade canceriana (agora que serei uma canceriana com duplo ascendente em peixes e lua em escorpião) que me permitir.

Um pouco de Astrologia: signos de terra

Nada como escrever um post depois de refletir bastante sobre um assunto. Com o trânsito da lua em câncer no meu mapa natal, e na casa 4, eu estava numa onda retrô-sentimental-saudosista-melancólica quase querendo cortar os pulsos mesmo! Não tenho nada contra ser canceriana, mas tem momentos em que é um verdadeiro teste saber lidar com as altas e baixas da maré que invade a lua...

Aliás, inspirada no post anterior e nos contínuos pedidos que recebo (uns com mais cara de pau, outros menos) para analisar mapas natais, resolvi fazer umas reflexões astrológicas sobre os signos do elemento terra. Sim... a velha e boa terra!

Desde que descobri que não tenho nenhuma terra (analisando meu próprio mapa), abri uma verdadeira cruzada para me cercar desse elemento tanto quanto pudesse. Aprendi muitas coisas nesse caminho... e já se vão muitos anos! Não sei se me tornei uma entendedora plena, mas posso me considerar aquela que sabe compreender bem as características peculiares a este elemento.

O elemento terra é o da germinação, da gestação e o dos planos a longo prazo. Eles não têm pressa. Demoram o tempo que for, desde que seja perfeitamente bem-feito! Claro, a perfeição é uma utopia, mas não para os signos do elemento terra. Quer dizer, alguém precisa explicar para eles que por mais que eles pensem que alcançaram a perfeição (até), ela não existe nem se tivesse de existir... rs.

Taurinos, virginianos e capricornianos são, na minha pessoal opinião, os melhores signos para uma amizade duradoura e longeva. Porém, ao contrário dos signos de água que precisam do estar constante, para as pessoas de terra podem se passar anos que o reencontro será sempre com a mesma lealdade que foi alcançada. E, nesse reencontro, será colocado mais um bloquinho para uma amizade ainda mais fortalecida. Eles nunca vão te deixar na mão. Eles nunca darão metade.

Não há efusividade, não há sentimentos transbordando e não há fogos de artifício quando você vai lidar ou esperar algo de uma pessoa de terra. Ao contrário, eles são muito chatos! Diria que são os campeões em chatice! Rabugentos, resmungões, calados, soturnos -- uns mais, outros menos. Têm extrema dificuldade de demonstrar sentimentos, preferem a praticidade de um ato a ter de demonstrar o que sente, com um abraço, por exemplo.

Eu diria que essa "frieza" horrorosa vinda dos signos de terra é mais forte em virgem e capricórnio (que também recebem a má fama de serem os psicopatas da vida... haha). Mas o que é preciso entender com eles é o seguinte: tudo que parecer efêmero, é descartado. Fogo de palha não tem nada a ver com eles. Por isso, tenha MUITA PACIÊNCIA quando receber uma patada de um virgem ou capricórnio. Aqueles com menos autoconhecimento de si próprios serão mais grossos ainda. Se você souber entendê-los, saberá que é apenas uma falta de tato, não falta de caráter.

Mas como sempre afirmo, NUNCA GENERALIZE. Não somos apenas o signo solar e reduzir uma interpretação a apenas isso é ignorância. Conheci vários capricórnios dotados de uma doçura indescritível. Tudo bem, uma delas tem ascendente em câncer... haha. Também conheci alguns virgens tão docemente prestativos... Minha melhor amiga de alma e de vida é uma virginiana (EXPERT em signos de água, então, digamos que nos complementamos até nisso! haha) assim, é tudo questão de saber olhar e como observar. Touro, nesse caso, é o mais afável de todos. Taurinos se dão maravilhosamente bem com cancerianos e librianos, interessante, não é? Mas, também, não abuse da paciência taurina. Porque quando eles se irritam, quebram (LITERALMENTE) e descontam toda a raiva guardada!

Para encerrar, digo que eu (por que será?... eu sei!) atraio DEMAIS pessoas do signo de terra para perto de mim. É uma atração fatal, mesmo! (gargalhadas) Tem sido ao longo de tantos anos... e eu ainda me surpreendo quando vejo um signo de terra batendo na porta. Mesmo não convivendo muito com as pessoas fisicamente todos os dias, isso não impediu que algumas pessoas desde o ano passado comprovassem a astrologia em prática (e também um pouco de darma, porque não?!). 

Oremos aos deuses para que a inspiração não me falte. Próximos capítulos com os outros elementos: fogo, água e ar.

Falta de assunto (ou de inspiração?)

Minhas amigas blogueiras andam tendo surtos de falta de inspiração. Eu confesso que tinha tido (como eventualmente tenho) esses problemas umas duas semanas atrás.

Eu arriscaria dizer que isso acontece por causa desse estresse louco que tem acometido cada uma de nós! (homens e mulheres) Uma crise de criatividade exige que a gente procure por estímulos de maneira livre. E não que sejamos presos por estímulos de pura pressão da rotina.

Eu sempre penso em temas novos, tenho uma lista gigante deles, mas nem sempre consigo transformar a ideia em texto prático e agradável de ler. Então, melhor nem escrever.

Assim, para as minhas amigas blogueiras com crise de criatividade e inspiração, sugiro uma avalanche de filmes novos, leitura de temas novos. Ou mesmo um longo período de reclusão que também é muito salutar e necessário para nos salvar da nossa própria loucura.

Visitando o passado - II

Passado é quase nostalgia. Passado, nostalgia... são quase melancolia.

Essas palavras devem ser incomuns ao dicionário pessoal de muita gente por aí. Perda de tempo, para muitos. Insensato e sem razão, para tantos outros.

A verdade é que desde que me conheço por gente, tenho esses sentimentos dentro de mim. Posso ser intrépida sob o olhar de muitas pessoas -- e sei, também, aonde jaz a minha coragem -- mas não escondo nem nunca quis esconder a importância que dou para o tempo ido.

Nesse lugar, estão os sabores mais doces e também os mais amargos. Estão as lembranças que nunca esquecerei -- tanto as boas como as ruins. Estão os desejos mais ardentes que quis realizar -- e realizei. E estão, também, algumas decepções. 

Como disse no meu post anterior, Visitando o passado - I, quer você queira ou não, somos o resultado de tudo que vivemos até hoje. Somos resultado de nossas escolhas, erradas ou certas -- nem nós mesmos sabemos ao certo julgar, pois, creio, que tudo que se vive é válido sob qualquer ponto de vista. 

Eu gosto de me olhar e ver no que me tornei. As escolhas que fiz, as que não fiz. As pessoas que conheci e todas aquelas que se foram...

Certamente, hoje, eu gostaria de ter agora na minha vida algumas pessoas que se foram para valer. Mas o que eu fui na época era tudo o que eu podia ser. E daí que hoje eu faria diferente? O que importa é o mesmo que disse no meu post anterior: precisamos viver o momento presente com a máxima intensidade possível! Para não pensar no "e, se, talvez..". De tudo que eu jamais me arrependerei é a intensidade com que vivi toda a minha vida. Como sempre digo, peco pelo excesso e nunca pela falta.

O interessante é refletir que "muita falta" também é um tipo de excesso...

Eu só queria escrever um poema...

Há dias eu quero escrever um poema.
Mas não tenho tema, não tenho rima, não sei o que dizer.
Estes dias estão duros.
Estes dias estão paradoxais.
Estes seres humanos tão egoístas.
Eu nunca vi tanta loucura assim.
Eu que já achei que tinha escrito sobre tudo, me vi nua.
Eu que pretensiosamente me calei.
-- não consigo me calar. Meu coração não se cala. Meus olhos observam. Minha mente voa.

Há dias eu quero escrever um poema.
Porque eu sinto falta da sensibilidade honesta das pessoas.
Sinto falta do perfume natural da primavera.
Não sei mais reconhecer as pessoas.
Nem as próximas, nem as distantes.
Parece tudo uma confusão. E eu me calo.
-- mesmo sem conseguir me calar direito. Algo em mim se silenciou. Serei eu?

Há dias quero escrever um poema.
E eis que no dia 28 de novembro eu leio um poema.
É daquela menina mais doce que conheci recentemente.
Seu nome é Lilian Aquino. E eu lembro. Lembro e sua doçura me toca.
Suas palavras me invadem. Penso e repenso. Me deixo sentir.
Tento voltar a me reconhecer.
Será?

Então, acho que consigo escrever um poema.
Para os dias quase mudos que vivo diariamente.
Não sei mais conversar com as pessoas.
Não sei suprir suas necessidades e carências.
Não sei fingir. Por Deus, isso dói.
Não sei, talvez, agir como a sociedade exige. 
-- seja lá o que isso for.
Não sei. E me calo nessa frase.

Mas, insisto. E eis-me aqui escrevendo. Porque não sei fingir.
Eu não sei fingir a melancolia que não sinto.
Eu não sei fingir a efusão adolescente tardia.
Eu não sei fingir gostar de brincar de vida virtual.
Eu não sei fingir. E isso me faz de mim uma farsante às avessas.
Porque simplesmente não entendo tanta coisa.
Não entendo as redes sociais.
Não entendo a vida social.
Não entendo a necessidade de afagar egos doentios.
Não entendo a necessidade de agradar o outro apenas para não ficar só.

Tentei resistir, não sei se consegui.
São algumas palavras...



(tentativa de poema totalmente dedicada à doce e querida Lilian Aquino).

2021, solidão e reflexões...

30 de setembro de 2021

Há exatos seis meses a minha vida mudou completamente.

Estou aqui pensando, nesta tarde de primavera de vento fresco, se eu conseguiria prever algo assim na minha vida... e a resposta é: não!

E nem falo isso pensando que foram os meus pais que morreram em um intervalo de seis meses. Não.

Falo em como a vida é o instante em que vivemos.

Só isso.

Este instante, agora, em que constantemente tomamos decisões. Porque precisamos tomar essas decisões. Porque precisamos constantemente estar em uma rota, com algum destino. Precisamos cumprir uma meta, seguir uma rotina. Este instante.

Quem nunca viu num filme a velha pergunta “se você soubesse que isso aconteceria, o que teria feito de diferente?”.

**

Eu estou me sentindo só. Mas esse é outro cenário que não foi gerado ou agravado pela morte de meus pais. A pergunta correta que eu devo me fazer é: quando eu, verdadeiramente, estive com alguém?

Eu vejo o meu cenário pessoal inserido no contexto do cenário coletivo e não consigo dissociar as coisas, não tem como. A pandemia mundial escancarou uma moléstia que atinge a humanidade desde que temos recordação: nossa total falta de empatia com o outro e o nosso egoísmo. Por escancarar assim, tem trazido, também, a urgência de sermos diferentes; de não apenas sermos para mostrarmos, mas de sermos por assim termos nos tornado.

Mas ainda é o começo.

E a minha solidão se reflete principalmente pela falta de conexão que sinto com as pessoas ao meu redor. Todos estão vivendo seus infernos pessoais (porque, afinal, o inferno não está no submundo, está bem aqui, no seu cotidiano) e todos estão vivendo seus dilemas, seus desafios, seus aprendizados. Isso me faz questionar por que não nos unimos ao invés de nos afastarmos?

Ah...

Isso me traz à tona uma antiga lembrança de 1996, quando eu tinha 19 anos e fui lá pro Japão trabalhar. Era uma época de comunicação à base de cartas enviadas pelos Correios e de fichas telefônicas para usarmos nos orelhões públicos. Estar distante de alguém fisicamente era realmente estar distante. Eu me lembro do primeiro grande (e doloroso) aprendizado que vivi lá: as pessoas com quem convivi não se uniam para se ajudar, afinal, o sintoma comum era a saudade dos que tinha ficado no Brasil. As pessoas, lá, preferiam pisar umas nas outras com qualquer tipo de superioridade que fosse (por saber o idioma local, por ser o mais velho no emprego, por ter mais experiência). Estender a mão, oferecer o ombro e uma palavra de auxílio? Poderia até rolar, mas tinha um preço que, em geral, era ser fofoqueiro e delator.

Lembro que sempre compartilhava essa péssima experiência e todo mundo me dizia que nunca tinha passado por isso. Ou seja, era EU quem tinha de vivenciar essa experiência e aprender com ela (eu e as pessoas desse grupo, obviamente).

 

**

Então, hoje, este dia com gosto, cheiro e textura especial... me faz pensar no quanto tudo mudou e no quanto eu mudei. Minha solidão sempre foi uma característica que eu tentei não ter, mas, até hoje, quantas pessoas quiseram me conhecer? Eu tenho que pagar alguém para poder ser ouvida? Quantas pessoas estão dispostas a conhecer outras pessoas simplesmente porque, apesar de tudo, nossas relações humanas são tudo que importa nesta vida, mais nada. Quem?

Sem as relações humanas não temos dinheiro, não temos sociedade, não temos família, não temos com quem nos comparar, não temos ódio nem amor. Se o ser humano não se relacionar entre si, coletivamente, não há nada.

Já aprendemos muito... e ainda temos tanto a aprender.

O que sinto agora, certamente não gostaria de estar sentindo... mas quão diferente esta solidão poderia ser, senão essa que estou vivendo?

 

Happy Valentine's Day!

Sempre gostei de analisar as coisas. É meio que um "vício" inerente a minha pessoa. Bem, uma coisa é analisar, outra é julgar, outra é dar um veredito. Acredito que, com o tempo, consegui achar um equilíbrio saudável nisso tudo. Gosto de observar faz parte da natureza humana e faz parte especial da minha natureza. 

Por causa disso tudo e pensando no dia de hoje, Dia dos Namorados, eu queria escrever um post especial. Um post que tentasse descrever em palavras tudo aquilo que acredito e sinto. Espero ser feliz em minha empreitada!

Eu sempre via casais felizes e bem-sucedidos e tentava entender aonde estava o segredo do sucesso, aonde estava a chave que mantinha o motor ligado, aonde estava a amálgama que dava liga. Sei que me aproximei bem de uma resposta, mas nunca a obtive por completo. Eu precisaria viver para poder saber.

Eis que, hoje, fecho mais um ciclo. São cinco anos! Propositadamente escolhido no dia dos namorados! Cinco anos! :)

Amor não tem fórmula. Hoje eu sei disso. Mas o amor tem colunas importantíssimas. E sem elas numa relação, acredito que dificilmente a coisa vai pra frente. 

- respeito à liberdade do outro: liberdade de expressão, de escolha, de gosto. Deixar o outro livre não quer dizer falta de moral ou caráter (como liberdade para trair, por exemplo. Isso não existe. A menos que os dois gostem de um relacionamento aberto)

- mudar e respeitar as mudanças do outro: as pessoas, teoricamente, estão em constante mutação. Acompanhar a mudança do outro, mudar e alinhar duas pessoas mudando sem parar é um grande desafio! 

- gostar do outro como ele é e não como você queria que ele fosse.

- fazer coisas novas que estimulem um ao outro. Ter a rotina do relacionamento, mas não cair no tédio da pura rotina.

- sinceridade e honestidade em níveis altíssimos. Respeitar o outro, mas nunca deixar de SE respeitar.

- nada de grude. Grude é praticamente sinônimo de dependência que por sua vez é quase sinônimo de falta de autoestima. Os limiares são tênues e perigosos. Mas grude em excesso ninguém gosta.

Por isso, meu amor que há cinco anos me acompanha nesta jornada, é um amor perfeito. Perfeito nas imperfeições. Completo nas incompletudes. Estamos errando e corrigindo os erros. Acertando e valorizando os acertos. Sempre em frente. Sempre seguindo a alma e a nossa intuição. Por isso nosso namoro tinha de ser geminiano que é o signo que mais corrobora quem somos, nos vícios e nas qualidades!

Passamos por tantos perrengues. Passamos por situações impensáveis. Mas tudo isso não nos separou (quer dizer, separou, por 5 meses). Tudo isso apenas fez com que amadurecêssemos e soubéssemos -- sem sombras de dúvidas -- o que queríamos da vida e o que queríamos de um relacionamento.

Ela é minha melhor amiga. Um privilégio raro nos dias de hoje. Alguém que posso contar, sem sentir receio de ser julgada ou condenada. É minha companheira de jornada espiritual -- e nós nos fortalecemos a cada dia. É minha companheira de improvisação em todas as histórias e personagens que criamos. É alguém que aprendeu a me aceitar como sou -- com meus defeitos e virtudes (e isso não é pouco!!!). É alguém com quem quero continuar dividindo meus sonhos e meus desejos mais secretos. É alguém pra tornar a realidade mais doce e menos solitária e cruel.

Obrigada, meu amor, por estar assim ao meu lado! Este post é para você. Em nossa homenagem. 




Maurícia

Cariocas não gostam de dias nublados... mas como ainda não me considero carioca o suficiente, eu digo que sempre gostei de dias nublados. Do alto da janela da minha casa, cresci tendo uma visão privilegiada da topografia do meu bairro, era praticamente um passeio de 360ºC. Retratos e mais lembranças que não se apagam.

Mas aí, a gente vira um bicho de apartamento. Mais um ser trancafiado num cubículo climatizado, tentando sobreviver. Eu sinto falta da paisagem, eu sinto falta de olhar pras montanhas. Sinto saudade dessa visão tão privilegiada que não tenho agora.

Não sei porque mas faz alguns dias que ando me lembrando desse nome: Maurícia. Alguém aí já conheceu alguma Maurícia? Pessoa, não a ilha. Pois eu tive o privilégio de conhecer duas nessas minhas andanças pelo mundo. Uma, enquanto estava no Japão. A outra, no Brasil, num cursinho pré-vestibular.
A do Japão era muito simpática... mas uma garota casada muito influenciável que parou de falar comigo (como parte de todas as picuinhas a que fui submetida por lá). A do Brasil foi minha melhor amiga por muito tempo. Acho até que fui meio apaixonadinha por ela, por aquela doçura canceriana que só quem é do signo de água sabe. Ela me compreendia, mesmo sem saber de mim. E mesmo quando soube, não virou as costas. Um exemplo digno. Pena que, com vida casada e duas filhas, nossos destinos se perderam, nunca mais tive notícias dela. E mesmo porque, quando você tem apenas 22 anos, queira ou não, é complicado ter amizade com uma mulher com mais de 40.

Sinto que vou colher mais frutos desse meu momento nostálgico-trancada-num-apartamento. Mas queria muito compartilhar esse primeiro. Enquanto ainda está nublado lá fora e um pouco, aqui, no meu coração.